Tucanos querem que PSDB decida sobre Temer após relatório do TSE
01/06/2017 08:58Cresce no PSDB o movimento para que o partido decida sobre o desembarque do governo Temer já depois da leitura do relatório do ministro Herman Benjamin no Tribunal Superior Eleitoral, marcado para o próximo dia 6 de junho, informa o repórter Nilson Klava, da GloboNews.
A decisão, portanto, se prevalecer essa tese, sairá antes mesmo do fim do julgamento.
Durante um almoço que reuniu alguns dos principais caciques do PSDB nesta quarta, ficou claro para esses tucanos que seria contraditório o partido que entrou com a ação no TSE deixar de tomar uma posição quando o julgamento for retomado.
"Temos que tomar uma decisão até no máximo a próxima quinta-feira", disse um dos caciques que participou do almoço.
Apesar de o partido estar divido, tucanos dizem nos bastidores o movimento de desembarque do governo, já majoritário na Câmara, começa a ganhar força também no Senado.
"Hoje, o governo está insustentável. Os cabeças pretas do Senado estão se juntando com os cabeças pretas da Câmara", observou um outro senador.
Segundo relatos, existem atualmente três correntes no PSDB: aqueles querem sair; os querem ficar; e os que defendem uma "saída negociada". Os ministros tucanos Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo) tentam conter o ímpeto da bancada pela saída.
Tucanos têm lembrado que, assim que estourou a delação da JBS, o também ministro tucano Bruno de Araújo (Cidades) quase deixou o governo.
Na ocasião, ele chegou a comentar com alguns parlamentares que não tinha condições de permanecer no governo, mas, segundo relatos, pensou que não precisaria tomar uma posição por avaliar que Temer anunciaria posteriormente a renúncia, o que não aconteceu.
Como Temer anunciou que permanecerá no governo, Bruno Araújo foi convencido de que o ideal seria uma saída conjunta dos ministros tucanos. Diante das divergências, a cúpula do partido passou a defender a solução negociada.
No início desta semana, em conversas com parlamentares da bancada, em São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que está difícil convencer Temer de que a situação do governo é grave. FHC trabalha juntamente com o presidente interino do partido, Tasso Jereissati, para tentar reunificar o partido, seja dentro ou fora do governo.