Torcedora completa 114 anos e ganha camisa do Vasco assinada por Eurico.
07/06/2016 15:00Notoriamente lúcida e solteira, Dona Maria simpatiza também com o Botafogo, mas conta que coração é cruz-maltino e ainda acirra rivalidade: "Não gosto do Flamengo"
Moradora de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, Maria da Conceição Alves completou 114 anos no último sábado. Nascida em 1902 em Diamantina, Minas Gerais, hoje vive com os afilhados, que cuidam dela há 10 anos. Dona Maria não faz jus ao estereótipo de quem já passou dos 65: lê, faz a lista de compras, é dona de um bom humor que poucos possuem e é apaixonada por futebol - divide a sua torcida entre Botafogo e Vasco, apesar de ser taxativa quanto à preferência pelo Cruz-Maltino.

Lúcida como poucos, ela ainda acirra a rivalidade.
- Eu não gosto muito do Flamengo - conta a simpática velhinha.
Por conta da paixão pelo Vasco, a idosa ganhou, de presente, uma camisa personalizada do clube, com a numeração 114 nas costas e autografada por Eurico Miranda. Ela diz ter gostado do agrado, mas fez questão de impor sua vontade de não vestir a blusa no momento em que ganhou, pois estava com um vestido verde, que não queria tirar.
>> Série invicta alavanca sócio-torcedor, e Vasco é o carioca que mais cresce
Dona Conceição é uma dos 23,5 milhões de idosos, segundo censo do IBGE. Se é que existe algo que a possa diferenciar mais que sua idade, Conceição, como é conhecida, nunca se casou e não teve filhos. Ela conta, com irreverência, que certa vez dispensou um pretendente.
- Ele morava em São Cristóvão e tinha outra lá . Mandei ele andar para criar calo e aproveitar os intervalos - disse Dona Maria, que também narrou sua rotina:
- Gosto de ler, escrever, costurar. Adoro músicas. Gosto muito de gato, cachorro. Gosto de ver o Caldeirão, Faustão, Angélica. Quando o filme é bom, eu vejo, eu gosto. Quando não é bom, eu desligo.

"Só traz alegria"
Neide é afilhada de dona Conceição e, junto com o marido, cuida da idosa. Mas ela conta que quase não tem trabalho.
- Ela só traz alegria. Ela é muito alegre, ela conta um monte de coisas que só faz a gente rir. E ela é muito independente, se eu deixar ela faz até a comida dela, mas só que eu não deixo. Eu trago a comida dela todos os dias. Ela faz o café da manhã dela, porque ela não deixa eu fazer o café da manhã dela. Ela que tem que fazer. Ela que tem que preparar o café dela - finaliza.