Suposto operador do PMDB na Lava Jato se entrega à polícia no Rio.
22/09/2015 10:06João Rezende Henriques, apontado pela Operação Lava Jato como o maior operador de propina na Diretoria Internacional da Petrobras, se entregou na Superintendência da Polícia Federal (PF) do Rio de Janeiro no início da tarde desta segunda-feira (21). O mandado de prisão temporária contra ele foi expedido na 19ª fase da operação, deflagrada nesta manhã.
Nela também foi cumprido mandado de prisão preventiva – sem prazo determinado – contra José Antunes Sobrinho, um dos donos da Engevix. Ele é investigado por ter pago R$ 140 milhões de propina da empresa para a Eletronuclear. Sobrinho foi preso em casa, em Florianópolis, e chegou à sede da PF, em Curitiba, no início desta tarde.
Esta nova etapa da Lava Jato representa um avanço nas investigações da 15ª, 16ª e 17ª fases e está associada ao pagamento de propina a partir de contratos na Eletronuclear.
PMDB
A Polícia Federal associa o nome de João Henriques ao PMDB, uma vez que ele agiria como operador do partido.
“Esse operador é investigado por intermediar o pagamento de propinas com destaque, especificamente, por um contrato de compra de navios-sonda pela Petrobras no valor de mais de 1,8 bilhão de dólares, em que a propina ultrapassa 30 milhões de dólares. Há um indicativo do envolvimento do PMDB, até por ser um partido que vem sendo mencionado quando se diz respeito a diretoria Internacional”, disse o delegado Igor Romário de Paula.
A direção do PMDB afirma que jamais autorizou ninguém a agir como intermediário, lobista ou operador junto à Petrobras.
Contato com testemunhas
Sobre a prisão de um dos donos da Engevix, o Ministério Público Federal (MPF) afirmou que José Antunes Sobrinho entrou em contato com testemunhas da Lava Jato para alterar a verdade.
A propina paga pela empresa para Othon Luiz Pinheiro, ex-diretor-presidente da Eletronuclear teria ocorrido por meio de contratos da Engevix com a estatal entre 2011 e 2013. De acordo com o MPF, Sobrinho realizou pagamentos de propina já com a operação em curso.
"Ele [Sobrinho] fez movimentações em janeiro de 2015, inclusive, quando outro diretor da Engevix estava preso. Isso demonstra o quanto eles não têm limites nas suas operações", disse o procurador Carlos Fernandes Santos Lima.