Rito do impeachment é mantido pelo Senado; Zelotes obriga Mantega a depor. Jornais de terça (10).

O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), provocou grande confusão ao suspender o ato que admitiu a abertura do processo de impeachment dia 17 de abril no plenário, pedindo ao Senado para devolver o processo à Casa. Ao fim do dia, o presidente interino revogou o próprio ato, assinado horas antes, que agitou a segunda-feira (9).

Antes da revogação, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) ouviu os líderes e decidiu manter o processo naquela Casa, ignorando a Câmara. Renan definiu o ato como “brincadeira com a democracia”. A decisão de Maranhão foi tomada depois de reunião com o governador do Maranhão, Flavio Dino, e o advogado geral da União, José Eduardo Cardozo.

Os fatos estão nas manchetes dos jornais desta terça (10). No Globo: “Renan rejeita manobra e mantém rito do impeachment”. Na Folha de S. Paulo: “Interino da Câmara tenta parar impeachment; Senado ignora”. No Estadão: “Renan ignora ato do presidente da Câmara e impeachment avança”. E no Valor: “Renan ignora Maranhão e segue com o impeachment”.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), chamou a confusão de “ato circense”. Após a movimentação de Maranhão, cresceram as articulações para derrubar o presidente interino da Câmara e convocar eleições para o cargo.

O vice-presidente Michel Temer recuou e decidiu manter a ideia de cortar ministérios. O projeto é o de fundir várias pastas, inclusive a Previdência no Ministério da Fazenda, e tirar o status de ministério do Banco Central, da Advocacia Geral da União e da secretaria de Comunicação do Planalto.

A cassação do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e será votada nesta terça-feira (10) no plenário do Senado.

O ex-ministro Guido Mantega foi levado coercitivamente para depor na Operação Zelotes e explicar suas relações com o grupo comercial Cimento Penha, acusado de pagar propina para se livrar de sentenças no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda.

A Força Tarefa da Lava Jato criticou a MP da Leniência que será votada nesta terça (10) em comissão na Câmara. Ao blog, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Força-Tarefa, afirmou que a sua redação atual “favorece o crime”.

Outra notícias: o MST invadiu fazenda de amigo de Temer e disse que o ato é contra o “golpe”; No Palácio do  Planalto, em outro movimento em favor da presidente Dilma, cartazes de apoio foram colados nos vidros pelo lado de dentro do Salão Nobre.