
O ex-vice de futebol Manoel Renha respondeu às críticas feitas por Maurício Assumpção. Em entrevista ao GloboEsporte.com, o presidente do Botafogo revelou uma situação de penúria das categorias de base na época em que Renha era vice de futebol clube. O então dirigente, por sua vez, afirmou que o atual mandatário desconhece a história alvinegra, negando ter sido responsável por problemas nas divisões de base. E foi mais longe.
– É lamentável o desconhecimento do atual presidente sobre a história recente do clube. Ele diz que eu tive a oportunidade de fazer alguma coisa e não fiz? Me parece que o Centro de Treinamento João Saldanha, em General Severiano, construído com recursos próprios meus, surgiu como um passe de mágica no clube... Do nada. Aliás, CT que o mesmo fez questão de destruir no apagar das luzes de sua gestão. Infelizmente, a minha capacidade financeira é limitada e as necessidades do clube eram e ainda são muitas. Eu não tinha recursos para bancar os dois CTs. Tive que optar por um. Talvez se tivesse cobrado comissão, em vez de levar de graça a Herbalife para patrocinar o Botafogo em 2011 e 2012, poderia utilizar os recursos dessas comissões para construir o CT da base.
A alfinetada se refere à comissão de 5% cobrada pela empresa de familiares de Assumpção por intermediar o contrato da Viton 44 – principal patrocinadora do Botafogo. Manoel Renha diz também que jamais comandou a base do clube.
– Ele também não sabe ou finge desconhecer que durante a gestão do Bebeto de Freitas, enquanto vice de futebol, eu cuidava apenas do futebol profissional, não da base. Portanto, só posso responder pelo profissional nos quase dois anos que estive à frente dele. Nos seis anos da gestão Bebeto, a base foi dirigida primeiramente pelo professor Carlos Alberto Lancetta, depois pelo Luis Fernando Rodrigues – lembrou.
O ex-vice de futebol disse ainda que o Botafogo deve olhar para a frente para procurar modos de sair da grave crise financeira.
– Eu e o atual presidente do Botafogo nada temos em comum. Nossa postura, educação, transparência, entendimento sobre ética e conflito de interesses são bem diferentes. Ele está a dois meses do fim do mandato, e eu não sou um dos quatro candidatos que registraram chapas. Neste momento, o sócio e o torcedor do Botafogo estão mais interessados em saber o que esses candidatos pretendem fazer para minimizar a grave situação em que o clube se encontra. Talvez o presidente ache que ela não seja tão ruim.
Jornal Folha do Rio.