Renan definirá rito com Ricardo Lewandowski; Dilma se diz injustiçada. Jornais de terça (19).

19/04/2016 09:21

Três assuntos ocupam as manchetes dos jornais desta terça-feira (19). Começa a tramitação do processo de impeachment no Senado; A presidente Dilma Rousseff deu entrevistas e disse que se sente injustiçada por não cometer crime. O vice-presidente Michel Temer começa a preparar um possível governo. 

 

No Estado de S. Paulo: “Temer quer superministros na infraestrutura e área social”. O jornal diz que Temer definiu três eixos, dentre eles economia, e vai enxugar o número de ministérios. Estavam cotados os nomes de Henrique Meirelles e Armínio Fraga, mas a Folha publica a informação de que Armínio recusou participar do governo.

 

A manchete da Folha de S. Paulo é a entrevista dada nesta segunda (18) pela presidente: “Dilma compara impeachment a tortura e indica que vai ao STF”. O Globo destaca na manchete que “Senado e STF farão roteiro conjunto para impeachment”.

 

O processo foi entregue ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e será lido nesta terça (19). Segundo Renan, que se reuniu com a presidente Dilma, a comissão especial será instalada na próxima segunda e a votação está prevista para dias 11 ou 12 de maio. Renan e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, decidiram fazer conjuntamente um roteiro para o julgamento.

 

O Valor informa na manchete que, “com impeachment, gestor aposta na economia local”. Segundo o jornal, gestores de recursos estão acreditando na recuperação da economia brasileira e que, se antes compravam ações de forma defensiva, agora vão comprar das empresas com chances de se recuperar fornecendo para a economia local.

 

A entrevista na qual a presidente Dilma, sem esconder abatimento, se disse vítima de injustiça está nas primeiras páginas. Ela repetiu que não há motivo para impeachment e continuou defendendo a tese de que é um golpe de estado. Segundo Dilma, ela está defendendo a democracia quando luta por seu mandato.

 

O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Força-Tarefa da Lava Jato, diz que a investigação seguirá em qualquer governo porque o Ministério Público é órgão de estado e não de governo, caso de polícia e não de política. O Globo calculou o número de deputados que se pronunciaram contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e concluiu que já são 100 contra ele.

 

Qual seria a força da oposição petista a Temer? O Valor responde a isso com uma matéria na primeira página em que informa que o bloco de oposição - PT, PC do B, parte do PDT, PSOL - é de ao todo 87 deputados, menos do que o PT sozinho no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique. O PT sozinho ficará como o atual PSDB e Democratas, sem força para criar CPI.

 

O governo do Rio de Janeiro quer privatizar a Cedae como uma parte da resposta à crise. Justiça dá 24 horas para o governo pagar aposentados. A Polícia Federal prendeu o marido de uma deputada Raquel Muniz, Ruy Muniz (PSB), que votou a favor do impeachment elogiando exatamente o trabalho do marido como prefeito de Montes Claros.

 

O Estadão publica laudo da Polícia Federal sobre Andrade Gutierrez destacando pagamentos de R$ 3,6 milhões a Lula. O Instituto Lula diz que são pagamentos de palestras. O dinheiro transitou por uma conta chamada “overhead”, que abasteceu empresas da Lava Jato.

 

O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró disse ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, que Renan recebeu propina de US$ 6 milhões da contratação do navio sonda Petrobras 10.000. STF homologou delação do assessor do senador Delcídio Amaral, Diogo Ferreira. Ele confirma tentativa do Palácio do Planalto de intervir na Lava Jato.