Presidente do Parma é detido na Itália por lavagem de dinheiro.

18/03/2015 11:36
Giampietro Manenti, presidente do Parma (Foto: Valerio Pennicino / Getty Images)Giampietro Manenti, presidente do Parma, foi preso na manhã desta quarta (Foto: Valerio Pennicino / Getty Images)

A crise do Parma parece sem fim. Na manhã desta quarta-feira, mais um capítulo: o presidente Giampietro Manenti foi detido, acusado de lavagem de dinheiro. O dirigente é uma das 21 pessoas pegas pela polícia e o Ministério Público em uma operação contra crimes financeiros. Uma entrevista coletiva será realizada no fim do dia na Itália, e os detalhes das acusações devem ser expostos ao público.

- Eu não iria fazer qualquer declaração, mas todos os dias nós tomamos uma paulada na cara, e falo pela cidade, pelos torcedores, pela equipe. Espero que, mais cedo ou mais tarde, tudo isso acabe, porque não aguentamos mais - desabafou o capitão do time, Alessandro Lucarelli ao jornal "Gazzetta dello Sport".  

O clube vive dias turbulentos. Além da detenção de Manenti, está marcada para esta quinta-feira uma reunião que pode decretar a sua falência. Alguns investidores ainda se interessam em salvar o Parma. Um deles é Alessandro Proto, um empresário e corretor italiano, que diz ter sido o inspirador do livro “50 tons de cinza”. 

Ajuda dos clubes

No início do mês, após um encontro dos clubes, a Lega Serie A, responsável por organizar o Campeonato Italiano, anunciou que ajudaria a financiar o time até o fim da competição com  € 5 milhões (cerca de R$ 16,5 milhões). O dinheiro utilizado é de um fundo alimentado por todos os clubes quando precisam pagar multas ao tribunal esportivo. Se a ajuda ainda não for suficiente e o Parma não conseguir fechar a temporada, seus jogos podem terminar com W.O. e computadas vitórias dos adversários por 3 a 0. No último domingo, foi derrotado por 4 a 1 pelo Sassuolo. 

Torcedores do Parma exibem faixa em protesto contra situação do clube (Foto: Divulgação)Torcedores do Parma exibem faixa em protesto contra situação do clube (Foto: Divulgação)



O cenário é desolador. Em fevereiro, o estádio Ennio Tardini esteve fechado - a torcida, ironicamente, colocou placas dizendo que o motivo da medida foi o roubo ao clube -, e os jogadores ficaram sem receber salários. As dívidas estão estimadas em € 96 milhões (cerca de R$ 300 milhões). 

Giampietro Manenti assumiu em fevereiro ao comprar as ações por um valor simbólico do empresário albanês Rezart Taçi, que havia feito o mesmo quando adquiriu o Parma junto a Tommaso Ghirardi, em dezembro de 2014.