Prefeitos da Baixada se reúnem para discutir migração de criminosos no RJ.

08/11/2013 12:04

Os prefeitos da Baixada Fluminense se reuniram na noite desta quinta-feira (7) para discutir a possível migração de criminosos que saem de comunidades ocupadas pela Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e se deslocam para região. Segundo o prefeito de São João de Meriti, Sandro Matos, foi elaborado um documento para cobrar providências do Governo do Rio de Janeiro.

A Secretaria de Segurança (Seseg) afirma que a Subsecretaria de Inteligência acompanha a movimentação dos criminosos e que a maioria dos que exercia alguma função de comando entre os traficantes nas regiões pacificadas está presa. Segundo eles, pode haver migração, mas não há indicadores de que ela seja em grande escala nem que tenham impactado significativamente as manchas criminais.

Em março deste ano, o secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame afirmou que existe plano de UPPs para Baixada, mas ainda não há um prazo para que isto aconteça.

UPP desde 2008'

Fuzis na mão'
De acordo com o prefeito, São João de Meriti é a cidade com menos policiais por habitante. Ele diz ainda que os moradores têm reclamado que criminosos são vistos desfilando com fuzis na mão e que isso tem deixado a população assustada.

“Quando a gente vai pra capital, a gente fica mais seguro do que quando vai pra São João. A gente não é contra a UPP, a gente é a favor, mas gostaríamos que fosse revisto. Recebemos o secretário de Segurança na semana passada, mas quando coloquei o problema da migração, ele não reconheceu que exista esse problema. Cinco criminosos da Vila da Penha [Subúrbio do Rio] foram presos praticando crimes aqui”, disse.

Números da Seseg
Segundo a Secretaria de Segurança, entre janeiro e agosto de 2013, das 232 pessoas presas no município de Meriti, 67,2 % eram moradores da própria cidade, 13%, moradores de outros municípios da Baixada Fluminense e 4,3%, do Rio de Janeiro.

Em outra análise feita pela Seseg, das 349 pessoas moradoras de São João de Meriti presas no mesmo período, 46,7 foram presas na própria cidade; 16,6% foram presas em outras cidades da Baixada Fluminense e 16,7% foram presas na capital.

Sandro Matos disse que vai encaminhar um documento ao governador Sérgio Cabral, com cópia para Beltrame, pedindo que a segurança na Baixada Fluminense seja priorizada.

Inspirado numa experiência em Medelín, na Colômbia, o programa que deu origem às UPPs, começou a funcionar em 19 de dezembro de 2008, quando foi instalada a primeira unidade, no Morro Santa Marta, em Botafogo, na Zona Sul.

 

Jornal Folha do Rio.