
O prefeito de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, Sandro Matos (PDT), afirmou, na manhã desta sexta (28) durante entrevista ao Bom Dia Rio, que vai retirar o entulho que a prefeitura colocou no Parque de Eventos da cidade em até 40 dias.
“A gente estava utilizando para não ficar com entulho na rua. E a retirada de entulho não é obrigação da prefeitura”, afirmou Matos. Segundo ele, para fazer a limpeza do parque após o acondicionamento desse entulho serão gastos R$ 500 mil. Há alguns meses o parque de eventos Carmelina de Carvalho, que foi criado há mais de dez anos, está em situação de completo abandono e com aspecto de lixão. Segundo os moradores, a sujeira tem trazido diversas doenças para quem vive na região.
“A gente não pode ser comparado com qualquer outro município, a situação é completamente atípica, ou seja, você não tem como legalizar uma área específica para fazer uma área de transbordo ou, se for o caso, uma área de destino final de entulho e de lixo”, alegou Matos.
De acordo com o prefeito de São João de Meriti, a cidade não possui um local específico para fazer o transbordo ou o despejo final de entulho ou lixo, o que é agravado por se tratar de uma cidade com grande densidade demográfica.
Em função da falta de espaço adequado para o destino final do lixo, cidades da Baixada Fluminense podem fazer o despejo do lixo em Nova Iguaçu, mediante o pagamento de uma taxa.
De acordo com Sandro Matos, a situação é temporária. “Fizemos uma reunião na semana passada e já está definida a retirada. Porém, o Inea (Instituto Estadual de Ambiente) notificou a prefeitura e a gente está recorrendo. Nessa notificação ele proíbe que a gente coloque como entulho aquele material”, disse.
Problemas também na área de saúde
A cidade também enfrenta problemas com falta de atendimento na área da saúde. O pai de um paciente portador de autismo reclama que o filho está há sete meses sem atendimento. “Não tem neurologista, dificilmente tem remédio para ele. Ele toma remédio em torno de 2 miligramas e é caro, mas eu não tenho conseguido”, afirmou Valdeir José da Costa, pai do rapaz com autismo.
A equipe de reportagem do Bom Dia Rio esteve na Unidade de Pronto Atendimento do Jardim Íris e um cartaz avisava que não havia atendimento. No principal posto de São João de Meriti, pacientes considerados menos graves não são aceitos. “Bomba, esfaqueado, morrendo, baleado, pressão muito alta. É um médico só”, avisou uma funcionária do hospital a uma paciente que procurou por atendimento no local.
Segundo uma funcionária que não quis ser identificada, falta quase tudo nos postos de saúde, inclusive profissionais, que estão sem receber pagamento. Segundo o prefeito, os salários de outubro foram pagos e 70% dos servidores estão com o vencimento de setembro atrasado.
De acordo com a prefeitura de São João, os salários de setembro estão atrasados e devem ser pagos em quatro vezes, mas ainda não há uma data para o pagamento da primeira parcela. Para o prefeito, São João de Meriti fica no centro da Baixada Fluminense e 50% do atendimento da cidade vem de outros municípios, e com o fechamento de hospitais de cidades vizinhas, as unidades de saúde de São João teriam ficado sobrecarregadas.
“A gente acabou absorvendo uma demanda muito grande, é claro que você vai introduzindo mais médico, mas equipamento e a despesa aumenta muito”, disse Matos, lembrando que o repasse dos governos estadual e federal reduziram.
Jornal Folha do Rio.