Polícia reforça segurança em favela na Zona Norte do Rio após protesto.

14/08/2013 09:00

O policiamento está reforçado na manhã desta quarta-feira (14), na favela ParqueProletário, na Penha, Zona Norte do Rio, após manifestação em que três ônibus foram incendiados na noite de terça (13), como mostrou o Bom Dia Rio. Os moradores protestaram pela morte de Laércio Hilário da Luz Neto, de 17 anos. Segundo eles, o jovem trabalhava em um salão na comunidade e estava desaparecido desde segunda-feira à noite, quando teria sido abordado por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da área.

pai Ladilson Araújo diz que acredita nessa versão. "Perfuração não tem. Ele está alí com marca roxa no pescoço, chutes. Agora segundo informações que eu soube os próprios policiais amarraram a cara com ele, jogaram dinheiro em cima", acusa Ladilson Araújo.


Testemunhas contaram que os veículos estavam cheios e que os passageiros tiveram de descer às pressas. Ninguém ficou ferido. O fogo atingiu também a fiação elétrica e muitas casas ficaram sem luz. Durante quase toda a noite técnicos da light trabalharam nos reparos. Além dos ônibus, um carro da PM, que fica em uma das entradas da comunidade, também foi destruído.

O corpo de Laércio foi encontrado no início da noite de terça-feira (13) na laje de uma casa da favela. Revoltados, os moradores protestaram nos acessos à comunidade. Três ônibus que circulavam pelo conjunto de favelas da Penha foram parados e incendiados. Dois deles ficaram atravessados na rua, dificultando a circulação de moradores e da polícia.

Durante a madrugada, policiais de outras UPPs do Conjunto de Favelas da Penha foram deslocados para reforçar a segurança no Parque Proletário. Patrulhas bloquearam as entradas. Quem chegava tinha de se identificar.

A movimentação era intensa. Agentes da Divisão de Homicídios fizeram perícia no lugar onde Laércio foi encontrado. Segundo a polícia, o corpo do jovem não apresentava marcas de tiros ou agressões.

O coronel Frederico Caldas, responsável pelo comando das UPPs, esteve na comunidade durante a madrugada. Ele afirmou que Laércio não foi abordado ou conduzido por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora.

"Não há qualquer confirmação de que o jovem que morreu teria sido abordado por policiais militares. Com ele foi encontrado um cordão de ouro. Enfim, havia uma integridade física que evidencia claramente a ausência de sinais de violência. Somente a perícia pode afirmar exatamente em que dinâmica aconteceu a morte desse jovem", disse o coordenador das UPPs.

 

Jornal Folha do Rio.