Oposição diz que diálogo depende de 'propostas' e pedido de 'desculpa'.
17/03/2015 10:51Após a presidente Dilma Rousseff e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), falarem que pretendem “dialogar” com todos os segmentos, inclusive a oposição, DEM, PPS e PSDB disseram nesta segunda-feira (16) que qualquer conversa com o governo depende de um pedido de “desculpas” e de propostas que atendam à demanda da população.
No último domingo (15), todos os estados do país tiveram manifestações contra o governo Dilma e a corrupção. Em entrevista após os protestos, a presidente disse que o governo precisa ser “humilde” e tem obrigação de abrir o diálogo com todos os setores. Já José Guimarães propôs um “pacto” com a oposição no Congresso Nacional em prol da governabilidade e da aprovação da reforma política.
Para o parlamentar, o governo precisa se manifestar claramente sobre a crise econômica e o escândalo de corrupção na Petrobras. "O pacto da oposição é com a sociedade. Queremos que o governo fale sobre a crise da economica, da moral e da política."Para o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), antes de falar em diálogo, Dilma precisa pedir “desculpas” à nação e admitir que “mentiu” na campanha eleitoral. Segundo ele, a petista negou, na disputa pela reeleição, que seria necessário fazer ajustes fiscais e, após a posse, restringiu direitos trabalhistas e subiu tributos sobre operações de crédito, combustíveis e produtos importados.
“A hora que ela pedir desculpas à população pelo que ela disse na campanha, poderemos falar. Ela mentiu dizendo que não ia fazer o que agora está fazendo. Se ela disser que mentiu e pedir desculpas, aí teremos uma prova de inflexão”, disse Bueno ao G1.
Na mesma linha, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), afirmou que a presidente precisa demonstrar que está disposta a “ouvir” os manifestantes. “Para ela dialogar com a oposição e com a população, tem que saber ouvir as vozes da rua. Quem apresenta como contrapartida um projeto de lei que pede a reforma política é porque não está conectado. Quem acha que isso basta, não quer dialogar.”
O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), também disse que qualquer diálogo depende de uma mudança de postura do governo. “Se (a agenda) for contra os trabalhadores e os setores produtivos, não estamos dispostos a dialogar com o governo”, ressaltou o parlamentar, em nota divulgada à imprensa.