No pódio de Dana, McGregor decreta: mesmo se subir, não abandona título.

Conor McGregor já era o "queridinho" do UFC antes mesmo de conquistar o cinturão dos pesos-penas. Agora, como campeão, o irlandês está dando as cartas. O "Notório" foi o último lutador a chegar para a coletiva de imprensa pós-luta na madrugada deste domingo, em Las Vegas, e teve o palco todo para si. Ele foi além: pediu ao diretor de relações públicas do Ultimate, Dave Sholler, que deixasse o pódio, normalmente ocupado pelo presidente Dana White, só para ele.

- Como fico aqui em cima? Estou bem né? Acho que cai bem em mim - disse McGregor, que discursou como se fosse sócio da companhia.

Conor McGregor tomou o pódio normalmente ocupado por Dana White para falar com a imprensa (Foto: Evelyn Rodrigues)

- Obrigado a todos por virem aqui, quero agradecer pela promoção do evento, a todos os jornalistas que vieram aqui. Foram US$ 10,1 milhões de bilheteria, o pay per view mais vendido do ano. Fizemos de novo, foi um grande ano para mim, minha família e para a organização. Gostaria de parabenizar o UFC, todo mundo que faz o trabalho por trás das cenas. Alguma pergunta?

Houve muitas perguntas. A principal, em torno do que Sholler disse minutos antes no mesmo pódio, que Dana White havia oferecido duas opções a McGregor: defender o cinturão peso-pena (até 65,8kg) contra Frankie Edgar, ou abandonar o título recém-conquistado para disputar o posto de campeão da categoria de cima, o peso-leve (até 70,3kg), contra o vencedor entreRafael dos Anjos e Donald Cerrone, que se enfrentam no próximo sábado, em Orlando. O irlandês preferiu deixar suas opções em aberto, mas decretou: não vai abandonar um cinturão para disputar outro.

- Vou dizer uma coisa que não vai acontecer. Se eu subir para o peso-leve, de forma alguma eu vou deixar vago o cinturão. Vou ter dois cinturões, um num ombro e um no outro. Entendo porque fizeram isso antes (vagar o cinturão para disputar o título de outra categoria), mas eu luto sempre, sou muito ativo. Vejam quantas vezes lutei nos últimos anos. Quando eu subir e tomar o cinturão dos leves, ainda serei o campeão dos penas. Os cinturões ainda estarão ativos, porque eu sou ativo. Não vou abandonar nada - declarou o "Notório".

Após um ano cansativo, em que lutou três vezes e participou de intensas turnês promocionais, McGregor não quer pensar ainda no futuro. Ele não descartou uma revanche imediata contra José Aldo, a quem pagou tributo em seu discurso.

- Depende dele. Ele pode recuar um pouco e pensar melhor. Já disse, é outro jogo, é outra bolha de pressão quando me enfentam. Ele era campeão e estava invicto há 10 anos, mas nunca tinha encarado essa pressão toda. Mas, depois de me enfrentar, esses caras saem reenergizados. Olhe o que aconteceu com o Dustin Poirier e o Max Holloway. Sei que a opção para o cinturão dos leves está aí, vou olhar com cuidado. Tem a opção do Frankie Edgar e a opção de uma revanche com o José .Vamos ver, gosto de ter opções. (..) Vou dar um tempo. Ainda estou aqui. É Natal. No ramo das lutas, quando você viaja tanto, o Natal é tirado de você muitas vezes. Desta vez, o Natal não vai ser tirado de mim. Estou ansioso para ir para casa, arrumar a árvore de Natal com minha namorada, passar as festas com minha família. Verei o que as pessoas querem e tomarei minha decisão - explicou McGregor.