Nadia Comaneci: a atleta romena que revolucionou a ginástica com notas 10.
14/10/2015 10:11
Restavam poucos meses para o início dos Jogos Olímpicos de 1976, em Montreal, quando a empresa responsável pela exibição dos resultados das competições nos placares eletrônicos todas as competições entrou em contato com o COI para saber se não era o momento de adotar os quatro dígitos nas notas na ginástica artística. Após longo debate, foi decidida a manutenção do modelo tradicional, com três números (8,75 ou 9,50), pois parecia impossível que um atleta recebesse a nota máxima: 10,00.
Mas bastou Nadia Comaneci, então com 14 anos, se apresentar nas barras assimétricas para que a decisão se mostrasse equivocada. A questão agora era saber como traduzir a exibição perfeita da jovem ginasta romena: 1.00 ou .100? Os organizadores elegeram a primeira opção.
Curiosamente, a situação se repetiria mais seis vezes nos placares do ginásio de Montreal. Ao todo, foram sete apresentações irretocáveis, quatro nas barras assimétricas e três na trave, que converteram a ginasta na principal personagem daqueles Jogos e em uma das maiores atletas da história olímpica.
Nadia Comaneci encerrou sua participação nessas Olimpíadas com três medalhas de ouro – na trave, nas barras assimétricas e no individual geral –, uma prata por equipes e um bronze no solo. Além disso, a romena deixou Montreal com uma enorme responsabilidade: seguir correspondendo às expectativas que ela mesma criara nos torcedores. A partir dali, todos a acompanhariam com a perspectiva de novas notas “dez”.
Apesar da pouca idade, Comaneci manteve as metas traçadas e a excelência de desempenho no ciclo olímpico seguinte. Em Moscou 1980, conseguiu repetir, duas vezes, as apresentações perfeitas vistas anteriormente, em seus aparelhos preferidos: a trave e as barras assimétricas – nesta última, a nota foi obtida durante a disputa do individual geral. Com nove medalhas e, sobretudo, nove notas “dez” em Olimpíadas, a ginasta colocou um ponto final em sua carreira no ano seguinte.