Minotauro e lutadores do UFC fazem doação de brinquedos em ação social.
12/10/2015 12:54Sábado, primeiro dia de feriadão, e um grupo de lutadores do UFC se reuniu por volta de meio-dia na praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Descanso merecido e momento de lazer? Nada disso. Era apenas o ponto de encontro para uma viagem de carro até Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, para uma ação social de Dia das Crianças. Liderados porRodrigo Minotauro, recentemente aposentado do MMA e atualmente embaixador do UFC no Brasil, os atletas Rogério Minotouro, Erick Silva, Vitor Miranda, Warlley Alves e Alan Nuguette seguiram até o projeto Faixa Preta de Jesus para presentear os jovens da região com bonecos de grandes ídolos da companhia.

O projeto é tocado por Ricardo Cavalcante desde 2008, conta com o apoio da academia Team Nogueira e de Josuel Distak e Rogério Camões, treinadores da XGym, e atende 400 crianças diariamente. Neste sábado, cerca de 150 jovens estiveram nos tatames montados sobre uma quadra de futebol para treinar, ouvir o sermão de um pastor e ver de perto seus ídolos. As crianças ouviram atentamente quando Minotouro, um dos padrinhos do projeto, palestrou:
- Treinem, escutem seus professores, mas não adianta nada se não tiverem a vontade dentro de vocês. Tenho certeza que daqui sairão vários campeões - disse o peso-meio-pesado do UFC.
Alguns deles já estão bem encaminhados nesse rumo. Antônio Roberto "Tony Fox", por exemplo, já foi puxado para treinar na Team Nogueira com o time profissional. Outro jovem, Mateus Gomes de Melo, de 18 anos, estreou recentemente no MMA com uma vitória no Jungle Fight, três anos após chegar ao Faixa Preta de Jesus. A constante presença dos Nogueira lhe motivou a treinar.
- A primeira vez que vi (os irmãos Nogueira), estava treinando aqui, eles passaram um treino para a gente. Esse dia me marcou muito porque ele (Minotauro) apontou para mim e disse, "Olhem ali, prestem atenção nesse rapaz que ele está fazendo direitinho." Fiquei muito feliz, o Minotauro me reconhecendo e pedindo para prestarem atenção em mim! - contou Mateus.

É essa influência que Minotauro está buscando para formar os futuros representantes do Brasil no MMA. Campeão dos pesos-pesados no Pride e no UFC, o lutador baiano teve um "estalo" ao participar de um leilão beneficente no Instituto Ingo Hoffmann, em São Paulo, e ver o impacto que Hoffmann, um dos maiores nomes do automobilismo nacional, teve em Rubens Barrichello, recordista de GPs disputados na Fórmula 1.

- A peça mais procurada foi um capacete doado pelo Rubens Barrichello: um capacete que o Ingo deu para ele quando ele era garoto, estava na frente da casa dele e pediu uma peça assinada. O Ingo deu o capacete autografado, e isso mudou sua vida. Ele se tornou um corredor por causa do capacete. Então, imagina o que uma luva pode fazer na vida desses garotos? Ele pode ganhar estímulo em cima dessas peças.
Neste sábado, os presentes não eram luvas, eram bonecos, e a criançada adorou receber réplicas de Junior Cigano, José Aldo e Lyoto Machida, entre outros, com caixas autografadas pelos atletas presentes. Por outro lado, não faltaram pedidos de autógrafos em quimonos e faixas. O menino Arthur, de 10 anos, exibia para todos os amigos, com orgulho, as assinaturas recolhidas em sua faixa branca.
- Não vou lavar a faixa nunca mais! - dizia, exultante.


A ação foi apenas uma de várias no feriadão. Na sexta à noite, brinquedos foram distribuídos na sede da Team Nogueira, no Recreio dos Bandeirantes; no fim da tarde de sábado, o grupo rumou para o morro da Mangueira, onde mais bonecos e brinquedos foram distribuídos para alunos dos projetos sociais das UPPs locais; no domingo, a visita deve ser no projeto tocado por Alan Nuguette em Vargem Grande, Zona Oeste da capital fluminense. Segundo Minotauro, é a intenção do UFC também se aproximar de iniciativas semelhantes por todo o país e realizar doações de quimonos, tatames e equipamentos.
- O wrestling americano, que é a base do MMA nos EUA, é ensinado nas escolas públicas. Qualquer high school (escola de ensino médio) público tem aula de wrestling, então a triagem é bem maior do que aqui no Brasil. Não temos aulas (de artes marciais) nas escolas. De projetos sociais, dessa grande massa, é de onde sairão os campeões. Você vê nas histórias de José Aldo e Anderson Silva, grandes campeões, que eram pessoas pobres e conseguiram, através do esporte, mudar a vida - afirmou o lutador e embaixador.
