Ministros do PMDB se reúnem com Dilma no Palácio do Planalto.

24/03/2016 10:05

Em meio às articulações para manter o PMDB no governo, a presidente Dilma Rousseff voltou a se reunir nesta quarta-feira (23) com ministros do partido em seu gabinete no Palácio do Planalto. Encontro semelhante já havia ocorrido na semana passada, quando ela recebeu os auxiliares mais próximos indicados pela legenda.

Está marcada para o próximo dia 29 reunião do Diretório Nacional do partido no qual será definido se o PMDB romperá ou não com o Palácio do Planalto. Parte dos diretórios estaduais defende que a legenda desembarque do governo e entregue os cargos no Executivo.

Segundo dois ministros presentes no encontro com Dilma nesta quarta ouvidos pelo G1, o tom da reunião foi de apoio à presidente e de manifestação contrária ao rompimento do partido com o Planalto. Atualmente, a legenda comanda, além da vice-presidência da República, sete pastas: Minas e Energia, Saúde, Turismo, Agricultura, Aviação Civil, Portos, e Ciência e Tecnologia.

“Nós somos ministros do governo. Nós defendemos a presidenta Dilma e não achamos que num momento de crise como este o PMDB pode agir sem responsabilidade e contribuir para agravar a crise. Evidentemente que fomos ao Planalto dar apoio a ela. Somos contra o rompimento, nós somos, sim, do governo”, declarou ao G1 um dos ministros, sob a condição de anonimato.

“Eu já venho dizendo desde o ano passado que sou contra o impeachment e reafirmo que também sou contra o PMDB deixar o governo. Fomos ao Planalto dar o apoio a ela e dizer que nós somos contra essa tese de rompimento”, acrescentou outro ministro, também sem se identificar.

Mais cedo, após visitar uma instalação militar em Brasília, a presidente Dilma falou sobre a reunião do PMDB marcada para o dia 29. A jornalistas, ela disse estar “bastante interessada” na permanência do partido no governo e afirmou ter “muita certeza” de que os ministros estão comprometidos com isso.

Permanência
Também nesta quarta, Dilma participou, ao lado dos ministros Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde), de evento no Planalto no qual o governo anunciou investimentos em pesquisas para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da zika (associado aos casos de microcefalia em bebês), da zika e da febre chikungunya.

Após o evento, tanto Castro quanto Pansera, deputados licenciados do PMDB, defenderam que o partido não rompa com o Planalto. Pansera chegou a dizer que, “se necessário”, retomará seu mandato na Câmara para votar contra o impeachment.

Castro, por sua vez, relembrou uma frase dita pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL) de que impeachment sem crime de responsabilidade tem “outro nome”. “Isso não é impeachment”, disse o ministro. Questionado sobre se seria um “golpe”, como defendem apoiadores do governo, ele sorriu, mas não respondeu.