"Eu tive a melhor impressão. Ele já chegou com o caderninho para anotar o que dizíamos. Qual político recebe você com um caderninho?", diz ao jornal O

A pauta do encontro foi a permanência no MinC do Departamento de Direitos Autorais. O DDI é o órgão
Na reunião, Paula estava com alguns
Ocupações. Entre os desafios do novo ministro está o destino dos prédios do MinC, da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ocupados por artistas e profissionais há nove dias. São 21 estados participantes, segundo representantes do Ocupa MinC RJ que estão no Palácio Gustavo Capanema, no Rio.
"Vamos continuar. A retomada do MinC é mais uma manobra para enfraquecer as manifestações. Nos últimos 13 anos, tudo o que foi construído em política cultural foi pactuado em conferências Se o governo é ilegítimo, tudo o que ele faz é ilegítimo", disse a ocupante Ana Lúcia Pardo, atriz e professora.
Os artistas consideram que a luta não é só pela Cultura, mas pelo fim do governo do presidente em exercício, Michel Temer. Por isso, a volta do MinC não muda o cenário - ainda que o novo ministro já tenha anunciado a necessidade de desocupação. O jornal O Estado de S. Paulo tenta entrevistar Calero há três dias, mas ele não falou com a reportagem.

A ocupação do Capanema começou na segunda passada. É a de maior repercussão do País, por ter recebido endosso de artistas de peso: Caetano, Erasmo, Arnaldo Antunes, entre outros, fizeram shows. As atrizes Marieta Severo, Renata Sorrah, Andrea Beltrão, Mariana Lima e Teresa Seiblitz visitaram o prédio e gravaram vídeos de apoio. O segundo andar do Capanema, o mezanino e os pilotis do edifício estão ocupados. Cerca de 50 pessoas se revezam dormindo no 2º andar. Durante o dia, quando são realizados reuniões, aulões e oficinas, o público é flutuante.
Membros da ocupação da representação do MinC em Salvador informaram nessa segunda, 23, pelo Facebook: "Não comemoramos o retorno do ministério dentro de um governo que afirmamos ser golpista; nos recusamos a negociar com este governo por entendermos que a questão da cultura não pode ser tratada dentro deste contexto antidemocrático, de instabilidade política e de supressão de direitos sociais".
A ocupação da Funarte em Belém (PA) publicou manifesto em que ratifica que "o fim do MinC acabou sendo o estopim para o reconhecimento de artistas e não artistas do âmbito regional e nacional". "Agora, o movimento segue para outros espaços abandonados e não-centrais, mas não se desintegra do movimento de ocupação em âmbito nacional (Ocupa MinC); pelo contrário, articula com os movimentos periféricos que têm os ministérios não como aliados, mas como instrumentos de burocratização e frustração, pela falta de representatividade nas vias públicas e de fomento, visando potencializar o artista enquanto instrumento político e resistente da cultura popular."