A técnica de enfermagem Maria de Fátima da Silva, mãe do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, morto na noite de segunda-feira (21) no Morro Pavão-Pavãozinho, disse que recusou o convite do governador do Rio, Luis Fernando Pezão, para ser recebida na manhã desta sexta-feira (25) no Palácio Guanabara, na Zona Sul da cidade. A mulher afirmou que não servirá de "plataforma política" para o governo do estado.
"Eu não vou encontrar com ele, porque não vou servir de plataforma política para um governo falido. Não quero ser recebida porque meu filho era da televisão [trabalhava no programa "Esquenta!", de Regina Casé, na TV Globo]. Quero que todas as famílias das pessoas que foram mortas na favela sejam recebidas pelo governo também", destacou.
"Eu recusei porque não quero usar o cadáver do meu filho para me promover, não quero popularidade. Eles me ligaram, iam me buscar de carro, mas eu bati o telefone na cara", revelou.
Maria de Fátima contou que recebeu uma ligação do governo do Rio para que fosse marcada uma reunião com o governador às11h, mas que "bateu o telefone" antes que o convite fosse finalizado.
A mãe de DG disse que vai a São Paulo nesta sexta-feira para se reunir com dois peritos americanos na sede da Anistia Internacional. O objetivo é que os especialistas possam dar um parecer sobre a perícia feita no corpo do dançarino.
"Eu quero ajuda para ver se eles conseguem esclarecer esses laudos, que, como a própria Regina [Casé] disse, está tudo ainda mal explicado", acrescentou a mulher.
Nos últimos dias, Maria de Fátima tem feito várias denúncias contra a Polícia Militar. Ela acredita que, pelas características do corpo do filho no momento em que foi encontrado, DG foi espancado e torturado por PMs antes de morrer.
Jornal Folha do Rio.