Mãe de dançarino recusa convite de encontro com governador do RJ.

25/04/2014 16:41
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A mãe de Douglas, Maria de Fátima Silva durante velório do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, no Cemitério São João Batista, zona sul do Rio de Janeiro (RJ) (Foto: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo)A mãe do dançarino Douglas Rafael, Maria de Fátima da Silva, durante velório do filho na quinta-feira (24), no Rio.

A técnica de enfermagem Maria de Fátima da Silva, mãe do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, morto na noite de segunda-feira (21) no Morro Pavão-Pavãozinho, disse que recusou o convite do governador do Rio, Luis Fernando Pezão, para ser recebida na manhã desta sexta-feira (25) no Palácio Guanabara, na Zona Sul da cidade. A mulher afirmou que não servirá de "plataforma política" para o governo do estado.

"Eu não vou encontrar com ele, porque não vou servir de plataforma política para um governo falido. Não quero ser recebida porque meu filho era da televisão [trabalhava no programa "Esquenta!", de Regina Casé, na TV Globo]. Quero que todas as famílias das pessoas que foram mortas na favela sejam recebidas pelo governo também", destacou.


"Eu recusei porque não quero usar o cadáver do meu filho para me promover, não quero popularidade. Eles me ligaram, iam me buscar de carro, mas eu bati o telefone na cara", revelou.

Maria de Fátima contou que recebeu uma ligação do governo do Rio para que fosse marcada uma reunião com o governador às11h, mas que "bateu o telefone" antes que o convite fosse finalizado.

A mãe de DG disse que vai a São Paulo nesta sexta-feira para se reunir com dois peritos americanos na sede da Anistia Internacional. O objetivo é que os especialistas possam dar um parecer sobre a perícia feita no corpo do dançarino.

"Eu quero ajuda para ver se eles conseguem esclarecer esses laudos, que, como a própria Regina [Casé] disse, está tudo ainda mal explicado", acrescentou a mulher.

Nos últimos dias, Maria de Fátima tem feito várias denúncias contra a Polícia Militar. Ela acredita que, pelas características do corpo do filho no momento em que foi encontrado, DG foi espancado e torturado por PMs antes de morrer.

 

 

 

 

 

 

Jornal Folha do Rio.