Lula assume papel de fiador dos acordos sobre cargos com aliados.

06/04/2016 09:38

Em conversas em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou uma “animação realista” com a possibilidade de barrar a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. 

Mas Lula tem sido cuidadoso nessas conversas, e vem ressaltando que novos fatos da Operação Lava Jato podem criar um fato político às vésperas da votação. 

Durante o dia, o ex-presidente recebeu parlamentares no hotel onde fica hospedado em Brasília. E nesta terça-feira (5) à noite, deve conversar com integrantes do comando do PT e ministros do partido. 

Nessas conversas, Lula tem dado a garantia de que os partidos da base aliada vão receber os ministérios e cargos de segundo escalão depois da votação do impeachment. 

No PT, havia preferência para fazer a distribuição de cargos imediatamente. Mas diante da resistência do PP e de outros partidos aliados, a presidente Dilma foi obrigada a adiar a reforma ministerial. 

A contabilidade feita nesta terça-feira pelo governo indica cerca de 190 votos e ausências contra o impeachment, uma margem considerada apertada. 

Aliados do ex-presidente Lula avaliam que o Supremo Tribunal Federal não deve definir a situação dele antes da votação do impeachment. 

Recentemente, a posse de Lula como ministro-chefe da Casa Civil foi suspensa por uma decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF. 

A expectativa é que a decisão só vai ser tomada depois de uma definição da Câmara sobre o impedimento de Dilma.

“Numa análise otimista, Lula pode assumir a Casa Civil dentro da reforma ministerial”, disse um aliado do ex-presidente. Lula também tem insistido da necessidade de o governo recuperar a economia imediatamente.