Janot prevê entrega de Henrique Pizzolato ainda nesta semana.

23/09/2015 09:45

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta terça-feira (22) acreditar que o governo italiano deverá expedir, ainda nesta semana, uma autorização para que o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensalão, seja entregue ao Brasil.

 

Nesta terça, o Conselho de Estado da Itália, última instância da justiça administrativa do país europeu, rejeitou uma decisão liminar anterior que suspendia a extradição de Pizzolato, almejada desde o ano passado pelas autoridades brasileiras.

“Eu acredito que nesta semana deva haver uma decisão do governo italiano sobre o prazo em que ele pode ser retirado de lá. O governo italiano pode dizer ‘pode ser retirado imediatamente’ ou ‘a partir do dia x’, para dar tempo inclusive da logística para que a gente possa trazê-lo em segurança ao país”, afirmou Janot.

Pizzolato ainda pode recorrer contra a própria Itália junto à Corte Europeia de Direitos Humanos, sediada em Estrasburgo, na França, paralisando novamente o processo. Janot afirmou, no entanto, considerar mais difícil uma decisão que o favoreça novamente.

“É improvável, na minha análise, que ele consiga alguma medida cautelar (provisória) para ali permanecer. Esse sistema de recursos, cada vez que você vai afinando, subindo a jurisdição, vai ficando cada vez mais difícil, exigente”, disse.

Janot explicou que, assim que sair a autorização do governo italiano, caberá a agentes da Polícia Federal junto com a Interpol proceder ao transporte de Pizzolato. Segundo Janot, as corporações já estão em “alerta”, aguardando a liberação. Esse documento será enviado primeiro à Embaixada do Brasil em Roma.

Em entrevista a jornalistas, Janot ressaltou o trabalho de cooperação realizado pela PGR com órgãos do governo brasileiro – Ministério da Justiça, Advocacia Geral da União e Itamaraty – bem como o Ministério Público da Itália. Ele também afirmou que, concretizada a extradição, o processo servirá como “recado”.

“Não só essa decisão mostra que as decisões da Justiça brasileira não têm mais fronteiras para alcançar, não só nesse aspecto da prisão, como também no aspecto das evasões de divisas. Nós alcançamos réus e bem que foram ilegalmente mandados para fora do país. É um recado com certeza muito forte”, disse.