Infantino anuncia Comitê para avaliar condições de trabalho no Catar.

22/04/2016 10:04

Em sua primeira visitar ao Catar, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, já demonstrou preocupação com as denúncias de desrespeito aos direitos humanos nas obras para a Copa do Mundo de 2022. Encerrando sua passagem pelo país arábe, o mandatário da entidade máxima do futebol concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira para anunciar a criação de um comitê para avaliar as condições de trabalho na construção dos estádios. 

O comitê, que será totalmente independente dos organizadores do Mundial no país, contará com membros de "relevantes setores da sociedade civil" e membros da Fifa. Sua criação é uma resposta principalmente ao relatório divulgado pela Anistia Internacional no mês passado, que trouxe maiores detalhes sobre os problemas sofridos pelos trabalhadores nas obras.

Gianni Infantino Fifa Catar (Foto: AFP)Infantino concede entrevista coletiva, observado por comandante de Comitê Organizador da Copa (Foto: AFP)

- Nas últimas semanas eu tenho acompanhado de perto os debates sobre a Fifa e direitos humanos, particularmente sobre a Copa do Mundo de 2022, no Catar. Eu tenho visto as medidas tomadas pelo Comitê Organizador e estou confiante de que estamos no caminho certo. Um exemplo encorajador é a resposta do Comitê aos problemas que ocorreram, como os levantados pela Anistia Internacional em seu último relatório, que já foram abordadas pelo Comitê antes mesmo do lançamento do relatório. Isso mostra que os mecanismos existentes estão funcionando, embora os desafios permaneçam - disse Infantino, que elogiou a rapidez na resposta às denúncias, acompanhado por Hassan Al-Thawadi, presidente do Comitê de Entrega e Legado do Mundial, e do presidente da Federação Catari de Futebol, Sheikh Hamad Bin Khalifa Bin Ahmed Al-Thani.

Antes da entrevista, Infantino visitou um amistoso entre equipes formadas pelos operários que estão trabalhando na construção dos estádios. Ele também fez questão de frisar que "evidentemente a Copa do Mundo acontecerá no Catar em 2022". O processo de escolha do país árabe como sede do Mundial teve influência de corrupção, de acordo com o ex-promotor Michael García, que enviou um relatório à Fifa - que, ainda sob o comando de Joseph Blatter, preferiu divulgar apenas uma parte de seu contéudo, levando ao pedido de demissão de García.

Além disso, a Copa no Catar é alvo de outra grande crítica: as altas temperaturas, que poderiam atrapalhar a prática esportiva. Por isso, a Fifa decidiu marcar o Mundial de 21 de novembro a 18 de dezembro, fugindo do padrão de realização da competição, no verão europeu, entre junho e julho.

Gianni Infantino Fifa Catar (Foto: AFP)Presidente da Fifa acompanha amistoso entre operários (Foto: AFP)