Foco das apurações mudou para o PMDB, apontam investigadores

17/11/2016 11:25

Em julho do ano passado, os investigadores já avisavam que a Radiotividade, 16ª fase da Operação Lava Jato que focava nos contratos firmados numa subsidiária da Eletrobrás, fechava o cerco ao PMDB.

Dezesseis meses depois, duas forças-tarefas – a de Curitiba que chega a 37ª fase, e a do Rio, que disseca desvios não só na área de energia – participaram da operação que prendeu a principal liderança do Rio de Janeiro nos últimos anos: o ex-governador Sérgio Cabral. 

Mesmo se tratando de um político ligado ao PT, participando ativamente da base dos governos Lula e Dilma Rousseff, investigadores afirmam que a prisão de Cabral demonstra que o foco das apurações de corrupção mudou, avançando de forma sólida sobre os caciques peemedebistas.

O PMDB governa o país com Michel Temer e vê não só um ex-governador acusado de ser líder de uma organização criminosa, mas o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha preso com um grande número de provas em decorrência das investigações.

No caso de Cabral, alvo de delações de empreiteiras como a Andrade Gutierrez e a Carioca Engenharia, a promiscuidade com empresários é considerada recorrente, vide sua relação com Fernando Cavendish, da Delta, outro delator.

A operação desta quinta (17) acontece no pior momento do Rio de Janeiro nos últimos anos, em meio à grave crise fiscal que tem atrasado pagamentos de salários e ameaça paralisar o estado.