
A liberação para trocar a sala de fisioterapia pelo gramado das Laranjeiras significou muito mais do que a recuperação de pubalgia a Kenedy. Ao começar a correr, a primeira etapa do recondicionamento físico, o jovem atacante deixou o departamento médico e livrou o Fluminense de uma sina que quase culminou no rebaixamento à Série B: o excesso de lesões. O jogador era o último machucado. Todos, agora, estão fora do DM, algo inédito há quase um ano. Fato, claro, comemorado.
Gum e Deco, liberados à época após lesões musculares, voltaram a treinar em 4 de fevereiro de 2013, gestão de Abel Braga. Desde então, sempre houve algum atleta em tratamento. Rotina repetida com Vanderlei Luxemburgo e Dorival Júnior e só encerrada com a chegada de Renato Gaúcho em 2014. Apenas atletas como Diego Cavalieri e Edinho, das figuras presentes entre os titulares, passaram incólume a problemas físicos. Os casos mais graves foram de Carlinhos,Valencia, Deco (até encerrou a carreira) e Fred.
- É importante (não ter ninguém machucado) pois o time joga completo. O treinador tem mais opções com todos os jogadores à disposição. Foi o que fez o nosso time sofrer muito no ano passado. Muitos jogadores ficaram fora, isso complicou dentro de campo. Sem ninguém lá no DM, ficaremos mais fortes – comparou o volante Jean, que teve lesão muscular na coxa direita.
O único jogador machucado é o Kenedy, que se recupera de pubalgia. Os demais estão curados. Não há quase mais ninguém no DM. O caso mais curioso e que reflete a sina é o de Valencia. Com inúmeros problemas musculares, o colombiano disputou somente dez jogos em 2013, o último em 6 de abril contra o Resende pelo Carioca – voltou a atuar na segunda rodada do estadual de 2014, em 22 de janeiro, contra o Bonsucesso. A situação gerou críticas internas aos médicos do clube, mas nenhuma mudança foi feita. O desgaste fez até o coordenador Victor Favilla, recentemente, comemorar o futuro esvaziamento. Ao comentar a situação de Walter, ainda sem prazo de estreia e terminando a recuperação de torção no tornozelo esquerdo sofrida pelo Goiás, o médico ressaltou:
Há ainda, porém, resquícios. Renato disse que o tempo necessário para a recuperação deixa jogadores longe da forma ideal. Casos, especialmente, de Bruno, Valencia, Carlinhos, Diguinho e Fred, todos poupados da estreia do estadual.
- O grande problema do Fluminense é que muitos jogadores ficaram tempo demais no DM. Quando eles recuperarem a forma, o time vai estar bem melhor – comentou o treinador.
Para tentar amenizar o problema, a direção contratou o fisioterapeuta Nilton Petrone, o Filé, que estava no Grêmio. Ele ficou conhecido por curar Ronaldo, que disputaria a Copa de 2002 e terminaria como artilheiro na campanha do penta. A ideia é que Filé faça um trabalho de prevenção. Por ora, dá certo, afinal, não há nenhum novo machucado.
O Fluminense volta a treinar na tarde desta terça-feira. Na quarta, às 22h, no Maracanã, recebe o Resende pela quarta rodada do Carioca.
