Filipinho cai na repescagem e perde chance de assumir ponta do ranking.

09/10/2015 10:08
Filipe Toledo surfe (Foto: Sean Rowland/WSL)Filipe Toledo não passa da segunda rodada em Hossegor (Foto: Sean Rowland/WSL)

Filipe Toledo, o Filipinho, perdeu nesta sexta-feira uma grande oportunidade de aumentar as suas chances de ser campeão mundial desta temporada. Terceiro colocado do ranking, o paulista de 20 anos poderia até assumir a liderança ao fim da etapa da França do Circuito Mundial, a antepenúltima desta temporada de 2015, mas ele acabou igualando o seu pior resultado neste ano ao ser eliminado pelo francês Maxime Huscenot por 6,10 a 5,90 na segunda fase (repescagem), em Hossegor. Com a derrota em uma bateria em que ele surfou apenas duas ondas por conta da escassez no mar, o mais jovem membro da elite ficou na 25ª colocação e somou apenas 500 pontos no ranking – mesmo desempenho que ele teve em Margaret River (AUS), em abril. 

Outros dois brasileiros foram eliminados na repescagem: os paulistas Caio Ibelli e Wiggolly Dantas perderam para o australiano Owen Wright e o taitiano Michel Bourez, respectivamente. Mas Italo Ferreira, que não precisou encarar o lesionado Alejo Muniz, e Jadson André, vencedor da outra bateria 100% brasileira da repescagem contra Miguel Pupo.

Agora, Filipe precisará secar o australiano líder do ranking, Mick Fanning, e o vice, Adriano de Souza, o Mineirinho, para eles não se desgarrem muito na lista – ambos já estão na terceira fase, assim como Gabriel Medina e Tomas Hermes, os outros brasileiros que venceram suas baterias da primeira fase, na quinta-feira, e Italo Ferreira, que não precisará encarar o lesionado Alejo Muniz, na repescagem. Um certo alívio para Filipinho, que vai cair algumas posições na classificação, é que os dois piores resultados nas 11 etapas da temporada serão descartados. Depois de Hossegor faltarão apenas duas etapas: Peniche, em Portugal, de 20 a 31 de outubro, e Pipeline, no Havaí, de 8 a 20 de dezembro.

Apesar das condições do mar não estarem perfeitas, a organização da Liga Mundial de Surfe (WSL) decidiu reiniciar o campeonato na manhã desta sexta-feira (madrugada no horário de Brasília). Sendo assim, Filipe Toledo e o francês Maxime Huscenot tiveram que se virar no outside para encontrarem boas ondas. Era grande a dificuldade, os raros tubos fechavam rapidamente. Passados três dos 30 minutos de bateria, Filipinho pegou uma onda tubular que parecia longa. Ele ficou chegou a ficar um pouco entocado, mas logo a parede fechou e saiu para descolar nota 4,83. O surfista local respondeu com duas ondas bem fracas, que lhe deram notas 1,00 e 3,60. 

A segunda onda surfada por Filipe só veio quando restavam cinco minutos de disputa. O tubo era bom, mas o jovem errou ao dosar a velocidade dentro dele e a parede fechou. Ele caiu e recebeu nota 1,07, passando a somar 5,90 pontos e deixando Huscenot precisando de apenas 2,31 para virar. E, infelizmente para o brasileiro, o gringo pegou uma onda com o cronômetro assinalando 29 segundos para o fim e descolou 2,50 para despachar Toledo.

No duelo seguinte, foi a vez de Caio Ibelli dar adeus. Convidado pela organização para fazer a sua primeira participação na elite, o paulista de 21 anos, atual vice-líder do ranking da divisão de acesso (QS), perdeu por 14,57 a 12,07 pontos para o australiano Owen Wright, o quarto do ranking, que pode ultrapassar Filipinho, caso avance para a quarta fase.

Wiggolly Dantas Hossegor repescagem surfe (Foto: Divulgacao/WSL)Wiggolly Dantas pega bonito tubo, mas não fica muito ''profundo'' (Foto: Divulgacao/WSL)

Na briga pelo título de calouro do ano, o ubatubense Wiggolly Dantas desperdiçou uma boa chance para entrar no top 10 do ranking. Atual número 12 da temporada, ele teve dificuldade na escolha das ondas na bateria 8 da repescagem e não conseguiu somar mais do que 6,40 pontos, sendo superado pelos 7,67 do taitiano Michel Bourez. Com a eliminação precoce, Guigui somou apenas 500 pontos e lamentou a sua terceira 25ª posição em uma etapa da sua temporada de estreia no Circuito Mundial.

A 12ª e última bateria da repescagem contou com um duelo entre brasileiros e foi decidida nos segundos finais. Atual vice-campeão da etapa francesa, o potiguar Jadson André pegou uma onda salvadora no fim para receber nota 3,77, somar os mesmos 9,20 pontos de Miguel Pupo e sair vitorioso no critério de desempate, pois ele anteriormente havia recebido a melhor nota da bateria (5,43 contra 5,10 do paulista). 

BATERIAS DA REPESCAGEM

1. Filipe Toledo (BRA) 5,90 x 6,10 Maxime Huscenot (FRA)
2. Owen Wright (AUS) 14,57 x 12,07 Caio Ibelli (BRA)
3. Kelly Slater (EUA) 17,37 x 1,93 Aritz Aranburu (ESP)
4. Jeremy Flores (FRA) 10,56 x 1,93 Dusty Payne (HAV)
5. Italo Ferreira (BRA) W.O. x Alejo Muniz (BRA)
6. Nat Young (EUA) 12,66 x 12,77 Ricardo Christie (NZL)
7. Josh Kerr (AUS) 9,60 x 7,16 Glenn Hall (IRL)
8. Wiggolly Dantas (BRA) 6,40 x 7,67 Michel Bourez (TAH)
9. Joel Parkinson (AUS) 2,86 x 11,17 Keanu Asing (HAV)
10. Kai Otton (AUS) 12,00 x 7,17 Adam Melling (AUS)
11. Matt Wilkinson (AUS) x Sebastian Zietz (HAV)
12. Jadson André* (BRA) 9,20 x 9,20 Miguel Pupo (BRA) 
* Jadson venceu por ter a melhor nota entre as ondas da bateria

BATERIAS DA TERCEIRA FASE

1. Julian Wilson (AUS) x Brett Simpson (EUA)
2. Nat Young (EUA) x a definir
3. Kelly Slater (EUA) x Kolohe Andino (EUA)
4. Italo Ferreira (BRA) x a definir
5. a definir x a definir
6. Mick Fanning (AUS) x Maxime Huscenot (FRA)
7. Adriano de Souza (BRA) x Tomas Hermes (BRA)
8. a definir x a definir
9. Jeremy Flores (FRA) x Michel Bourez (TAH)
10. Gabriel Medina (BRA) x C.J. Hobgood (EUA)
11. Josh Kerr (AUS) x a definir
12. Owen Wright (AUS) x Dane Reynolds (EUA)