Fifpro denuncia condições em obras de 2022: "Trabalham como escravos".

17/05/2016 12:34

O sindicato mundial de jogadores profissionais de futebol (Fifpro) denunciou as "horríveis condições de trabalho" nas obras da Copa do Mundo de 2022, no Catar. Tom Hogli, norueguês que atua no FC Copenhague, falou em um vídeo divulgado pela entidade e fez o alerta. 

- As condições de trabalho no Catar são cruéis (...) Eles (os trabalhadores estrangeiros) trabalham como escravos. O futebol não pode aceitar isto - afirmou Hogli (confira aqui o vídeo).

Outro a participar da gravação foi William Kvist, dinamarquês que veste a camisa do Stuttgart. Ele questionou se "mortes valem quatro semanas de futebol". 

- Milhares de trabalhadores devem morrer por quatro semanas de futebol? - perguntou Kvist.


Estádio Khalifa, em Doha, no Catar. Palco de jogos da Copa do Mundo de 2022 (Foto: Thiago Dias)- Podemos evitar uma situação assim no Catar se a Fifa respeitar as normas (...) para que os estádios e as outras sedes do Mundial sejam construídos em condições de respeito aos direitos dos trabalhadores - declarou Mads Oland, diretor do sindicato dos jogadores dinamarqueses (Spillerforeningen) e membro do conselho de direção do Fifpro.

A Anistia Internacional já havia denunciado o problema em um relatório no mês de março. Atualmente, 5.100 estrangeiros trabalham nas obras da Copa do Mundo, número que deve aumentar a 36.000 até 2018, de acordo com a agência AFP.

Estádio Khalifa, em Doha, no Catar. Palco de jogos da Copa do Mundo de 2022 (Foto: Thiago Dias)