ENGENHEIROS E TECNICOS VÃO AS URNAS E REJEITAM GRUPO DA SITUAÇÃO NO CREA-RJ.
24/11/2014 10:27
Em votação inédita cercada de liminares judiciais, os engenheiros e técnicos industriais e agrícolas foram às urnas na última quarta-feira, em eleição esvaziada pelo adiamento da disputa para o cargo de presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro.
Mas mesmo em véspera do feriadão, cerca de 4,6 mil profissionais escolheram o presidente do Conselho Federal e os diretores da caixa de assistência da entidade, a Mútua/RJ, cargos que faziam parte do pleito.
Por trás da disputa estavam os candidatos a presidente do Crea-RJ, que concorrem em data a ser definida, mas viram na votação uma prévia da preferência do colégio eleitoral.
Pela situação, o atual presidente Agostinho Guerreiro e sua chapa são os grandes derrotados da prévia. Seu candidato a presidente do Confea, José Tadeu, perdeu no Estado, apesar de tentar impor candidaturas únicas para presidente do Crea-RJ e do Confea, após orquestrar impugnações polêmicas dos seus adversários. Mesmo com propaganda exclusiva na revista da entidade, o atual presidente do Federal amargou a derrota, embora tenha vencido na totalização no resto do país. Nos bastidores é tido como certo que deve abandonar o candidato de Guerreiro ao Crea - RJ, o agrônomo Arciley Pinheiro à sua própria sorte.
Na disputa pelo cargo de diretor geral da Mútua/RJ, Agostinho e Arciley tiveram juntos a maior derrota: a pior votação de todos os postulantes obtida por seu candidato, Jaques Sherique, atingindo apenas 20% dos votos. Apesar de conhecido no Estado por ter ocupado frequentemente a diretoria do Crea-RJ, de ser ex-candidato a presidente da entidade e ex-conselheiro Federal, Sherique frustrou a situação, de onde recebeu o peso da maquina estadual e federal pra disputar o cargo. Seu desempenho reflete a rejeição do atual modelo de gestão do Crea-RJ e praticamente sepulta os planos de Arciley Pinheiro de dar continuidade à polêmica gestão de Agostinho Guerreiro.
No grupo dissidente da situação, o Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro dava como certa a eleição folgada do atual diretor da mútua, Paulo Granja. Mas o candidato desconhecido Fernando Paes Leme, apoiado pelo candidato a presidente do Crea-RJ e ex-presidente Reynaldo Barros, surpreendeu e ganhou a disputa na maiorias das 140 urnas distribuídas pelos escritórios da entidade, instituições de ensino e empresas de engenharia. Ambos obtiveram mais de 30% dos votos, deixando Sherique pra trás. Na confusa totalização dos votos, que deixou de fora urnas estratégicas para Barros, o resultado é de quase empate com ligeira vantagem para Granja, que contou com a máquina da entidade, do próprio sindicato e indiretamente da situação, já que o sindicato ocupou a diretoria do Crea-Rj por 5 dos 6 anos da gestão de Agostinho Guerreiro e é hegemônico na diretoria da mútua.
Reynaldo Barros que já assustou os atuais adversários, então unidos no ultimo pleito em 2011, parece assombrar novamente os planos tanto de Arciley Pinheiro e seu patrono, Agostinho Guerreiro, quanto de Luiz Cosenza que, apesar de ter ocupado a vice-presidência do órgão na atual gestão, tenta convencer os profissionais que representam junto com o sindicato, a mudança no sistema profissional.
Jornal Folha do Rio.