
Mais de três meses depois da sua estreia em menos de 45 minutos contra o Botafogo, Guiñazu sentiu o gostinho de voltar a jogar. E justamente contra um grande rival. O anúncio no placar eletrônico já mostrava que os gremistas, apesar da nova cabelereira, não esqueceram do ex-careca argentino, com cara de mau, que passou anos no Internacional. Não menos lembrado e também vaiado, o zagueiro Cris saiu-se melhor contra o ex-time. Com cinco desarmes ao longo da partida, o veterano de 36 anos ganhou o duelo direto com Barcos e liderou a zaga vascaína.
Com a escalação inesperada - o técnico Adilson Batista nem colocara o argentino durante a semana no time -, Guiñazu reapareceu após mais de 90 dias de ausência no campo, porém de muita participação fora das quatro linhas. O argentino, que sempre apareceu em jogos em Macaé e em outros no Rio de Janeiro, se recuperou da lesão há pouco mais de três semanas e ainda tinha certo desnível muscular na coxa esquerda lesionada, mas foi para o jogo com a confiança do técnico Adilson Batista. Substituído na metade do segundo tempo, El Cholo Loco apareceu caminhando extenuado na zona mista da Arena. Segundo o médico do Vasco, Claudio de Luca, não será problema para o fim de semana.
- Ele só sentiu a falta de ritmo de jogo, mas está bem. Não sentiu nada. Ainda bem - disse o médico do Vasco.
Sem Pedro Ken, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, Guiñazu deve ser mesmo mantido na equipe. O treinador gostou do desempenho do experiente jogador ao lado de Abuda e sentiu a saída dele na segunda etapa.
- Era uma substituição normal de ser feita, porque a gente sabia que ele não ia aguentar, mas nos desencontramos um pouco no setor de meio de campo sem o Guiñazu - admitiu Adilson.
Pressionado pela torcida gremista, Cris não sentiu o retorno à Arena, onde não foi feliz no início do ano, com duas expulsões e participação considerada determinante na eliminação do Grêmio na Libertadores da América. O ex-gremista recebeu a maior vaia dos torcedores gaúchos, mas não se intimidou. Das poucas finalizações do time, uma foi de Cris, que ainda armou um contra-ataque na segunda etapa, tal qual um meio de campo.
Depois de um início hesitante no Vasco, o zagueiro controla a defesa do time, mas ainda não foi capaz de impedir as falhas do setor. Contra o Grêmio foi o terceiro gol sofrido de cabeça nos últimos três jogos. Um problema antigo, como lembrou Adilson.
- Conseguimos neutralizar o Grêmio no segundo tempo. A jogada do gol, a troca do Rhodolfo na área, era uma coisa alertada, mas bobeamos - lamentou o treinador do Vasco.
Jornal Folha do Rio.