Edson Passos: Flu reduz custo da obra a R$ 700 mil e prioriza novo gramado.
31/03/2016 14:28Os cerca de 30 minutos entre o apito final de Elton Azevedo e a entrevista de Levir Culpi foram suficientes para o Peter Siemsen bater o martelo quanto ao uso de Edson Passos pelo Fluminense no Brasileirão e na Copa do Brasil. Ao conversarem à beira do gramado do Giulitte Coutinho, onde, na quarta-feira à noite, o Tricolor vencera o Bangu pelo Carioca, o treinador e o presidente concordaram que a prioridade é a melhoria do campo: a redução das dimensões e qualidade da grama são imprescindíveis para adotar o local como casa. Até porque, ao conseguir reduzir o custo total da obra a R$ 700 mil, a direção das Laranjeiras confia em acordo com a do America. Mesmo que o tempo para modificar o necessário tenha aumentado a 60 dias.
Levir, na conversa com os jornalistas, deixou claro que a comissão técnica está preocupada com o gramado. Na vitória por 1 a 0, gol de Gustavo Scarpa, os jogadores tiveram um desgaste maior. Culpa da grama alta e o campo grande e esburacado.
- Para mim, o mais importante é o gramado. E com as medições de 105m x 68m. Não é possível que o campo seja diferente. Aqui, ele tem 110m x 72m, com grama alta... o jogo fica feio, monótono. Os passes são laterais e para trás pois há muito desgaste. O próximo jogo que viermos aqui tem de ser diferente - explicou o treinador, ao elogiar o clima dado pelo torcedor à possível futura casa e fazer ressalvas à iluminação.

Na quarta, o público foi de 3,3 mil. A expectativa é de que cresça nas competições nacionais. Até pela proximidade ao Rio - o estádio fica em Mesquita. Sem poder utilizar o Maracanã, cedido ao Rio 2016, o Flu adotou o Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, como casa no Carioca e na Primeira Liga - vendeu algumas partidas a outras praças em busca de receita. Porém, o pouco público e a distância - 260 quilômetros entre ida e volta a Cidade do Aço - obrigaram a mudança de planos. O departamento médico chegou à conclusão de que não será possível continuar na batida de viagens por muito tempo. Edson Passos, no caso, fica a 40 quilômetros de distância das Laranjeiras.

- Começamos a conversar faz 25 dias. A direção tem interesse na parceria, afinal, as melhorias no estádio fazem parte do Plano Estratégico de Modernização do clube. Vivemos um momento de buscar sustentabilidade após a renegociação das dívidas. Mesmo assim, não temos como entrar com dinheiro. A fase agora é fechar o plano de negócios, mas acredito que não teremos problemas - detalhou Marco Antônio Teixeira, diretor de futebol do America.
O Flu fez diversas visitas a Edson Passos. Empresas, a pedido do clube, elaboraram orçamento. A estimativa inicial para a reforma foi de R$ 1 milhão. Porém, após uma nova rodada de negociação, o valor baixou para R$ 700 mil - valor que deve ser bancado pelo clube, afinal, por ora, nenhuma parceira foi fechada. Mas o tempo de trabalho aumentou 15 dias - a primeira estimativa era de 45. Tudo por causa do campo.
- Ele está alto, esburacado, bem ruim. A bola não anda. O sistema de drenagem é bom, tem boa irrigação. Vamos aproveitar o que ele tem e, com o investimento, trocar toda a grama. Se for usar a mesma grama, a obra é de 30 dias. Se for mudar tudo, demora 60 dias pois a grama tem processo natural. É o que pensamos. Tem de decidir esta semana para dar início em tudo - destacou Pedro Antônio Ribeiro da Silva, vice de projetos especiais, um dos dirigentes tricolores envolvidos no projeto.
A tabela do Brasileiro prevê o primeiro compromisso no Rio, em 21 de maio, diante do Santa Cruz. Caso não tenha tempo hábil, o Flu admite estrear em Edson Passos no jogo seguinte com mando: Botafogo, em 28 de maio. Na Copa do Brasil, caso não elimine o jogo de volta, o Tombense seria o primeiro rival em casa no dia 14 de abril.
Há a necessidade de, além do gramado, melhorar os vestiários (especialmente o de arbitragem), instalando ar-condicionado. Implantar circuito interno de TV e construir dois camarotes, para as delegações do time visitante e do próprio Tricolor. Não há previsão de mudar o sistema de iluminação. A capacidade liberada do estádio é de 9.940 pessoas. O Flu já conversa com o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar para aumentá-la a 15 mil, o mínimo estabelecido pelo regulamento da CBF.
