Dilma deve dar sete pastas ao PMDB para contemplar Temer e deputados.
30/09/2015 10:01Para atender às reivindicações do vice-presidente Michel Temer e da bancada do PMDB naCâmara, a presidente Dilma Rousseff deve entregar ao principal partido aliado sete ministérios na reforma administrativa a ser anunciada nos próximos dias.
Entre as pastas que devem passar para o comando dos peemedebistas está o Ministério da Saúde, dono do maior orçamento ((R$ 91,5 milhões para 2015, após o corte orçamentário)..
O objetivo é assegurar a aprovação no Congresso das matérias de interesse do governo. Atualmente, o PMDB detém seis ministérios: Agricultura, Aviação Civil, Portos, Turismo, Minas e Energia e Pesca. Mesmo assim, desde o início do segundo mandato, Dilma tem enfrentado rebeliões no Congresso, com a participação de parlamentares do PMDB.
Apesar de, oficialmente, as principais lideranças do PMDB afirmarem que abrem mão de indicar nomes para a reforma ministerial, nos bastidores a queda de braços entre os grupos políticos peemedebistas gerou um impasse que inviabilizou o anúncio das mudanças na semana passada. Com isso, Dilma viajou para os Estados Unidos na última quinta-feira (24) sem definir as mudanças no primeiro escalão.
Na tentativa de se reaproximar dos deputados do PMDB, a presidente ofereceu dois ministérios à bancada peemedebista na Câmara. Além da Saúde – chefiada pelo petista Arthur Chioro –, Dilma sinalizou que um deputado peemedebista iria chefiar o Ministério da Infraestrutura, pasta que seria criada com a fusão de Transportes, Portos e Aviação Civil.
No entanto, como o vice-presidente Michel Temer pretendia emplacar na vaga o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), Dilma desistiu da fusão das pastas de infraestrutura a fim de não entrar em atrito com o vice. Ela também sinalizou a Temer que manteria Padilha como ministro.
Na reestruturação do primeiro escalão, a presidente prometeu aos senadores do PMDB o comando de dois ministérios. Em princípio, a cota dos senadores deve ser preenchida com os atuais ministros Eduardo Braga (Minas e Energia) e Kátia Abreu (Agricultura).
Além disso, Dilma ainda teve de administrar pressões para manter no governo os ministros Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Hélder Barbalho (Secretaria da Pesca), filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA).
Segundo o G1 apurou, nos últimos dias o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), aconselharam a petista a não se engessar em torno da promessa de cortar 10 ministérios na reforma administrativa. Lula e Pezão recomendaram que seria mais prudente cortar 9 ministérios, em vez de 10, e não correr o risco de comprar uma nova briga com PMDB.
Lula e Pezão
Inicialmente, a presidente da República pretendia dar seis ministérios ao PMDB, mas, para evitar uma nova crise com o aliado, ela concordou em ampliar o espaço da legenda para sete pastas.
A expectativa é de que Dilma nomeie deputados do PMDB para o comando dos ministérios da Saúde e dos Portos. Já para atender às reivindicações do senador Jader Barbalho, o atual ministro da Pesca, Helder Barbalho, seria deslocado para a Aviação Civil.
Com isso, Eliseu Padilha, que hoje ocupa a pasta, seria transferido para outra cadeira, ainda indefinida. Neste esboço, Henrique Eduardo Alves continuaria à frente de uma pasta ligada ao Turismo.
Parlamentares do PMDB ouvidos pelo G1 afirmaram que os nomes indicados para representar a bancada no governo são os dos deputados José Prianti Junior (PMDB-PA), Celso Pansera (PMDB-RJ), Newton Cardoso Junior (PMDB-MG), Mauro Lopes (PMDB-MG), Manoel Junior (PMDB-PB), Marcelo Castro (PMDB-PI) e Saraiva Felipe (PMDB-MG).
O nome com maior apoio da bancada para comandar o Ministério da Saúde é o do deputado Manoel Junior. As alternativas para essa pasta são Marcelo Castro e Saraiva Felipe.
O deputado José Prianti Junior comandaria um ministério ligado à área da infraestrutura. Celso Pansera, Newton Cardoso Junior e Mauro Lopes seriam alternativas a Prianti, se ele for vetado por lideranças do PMDB no Pará.
Líderes partidários comentaram nesta terça no Congresso que o Palácio do Planalto deixou as pessoas indicadas pelas legendas aliadas de "sobreaviso". Eles poderão ser chamados ainda nesta terça para conversar com a presidente da República. Neste caso, o anúncio oficial poderia sair já nesta quarta (30).