Diego Hypolito tem 1º teste por vaga olímpica: "Estou bem tranquilo".
23/03/2016 10:58
Os treinos estão fortes desde o dia 4 de janeiro. Aos 29 anos, Diego Hypolito se dedica para continuar com chances de uma medalha olímpica no solo, com chances de integrar a equipe do Brasil nos Jogos do Rio. Antes nome certo no time verde-amarelo, o ginasta agora tem uma concorrência forte na briga por uma das cinco vagas brasileiras. No “processo seletivo” da equipe, ele tem o primeiro teste a partir desta quinta-feira, quando estreia na temporada na etapa de Doha da Copa do Mundo. Com a certeza de que vem fazendo seu papel nos treinos, o bicampeão mundial do solo encara com leveza a avaliação.
- Estou bem tranquilo. Só quero fazer minha parte. As etapas da Copa do Mundo são muito importantes (para o processo seletivo de formação da equipe olímpica brasileira). Eu estou deixando isso totalmente com a equipe técnica. Estou fazendo minha parte, que é treinar e me dedicar - disse Diego.
Por causa da necessidade de classificar a equipe, o especialista no solo e no salto perdeu espaço para os generalistas nos últimos dois anos. Ele era reserva no Mundial de 2014 até horas antes da competição, mas acabou entrando em ação depois da lesão de Caio Souza e ficou com o bronze no solo. No ano passado, Diego viu da arquibancada o time garantir a inédita classificação olímpica e só disputou a final por equipes depois Péricles Silva sentir uma lesão. Para as Olimpíadas, porém, a estratégia da equipe brasileira mudou: o foco está nas possibilidades de pódio.

Em Doha, Diego disputa o salto e o solo, mas as maiores atenções estão no aparelho em que é bicampeão mundial. O ginasta ainda não vai apresentar a série que pretende fazer nas Olimpíadas, mas já mira uma nota que pode lhe colocar como candidato ao pódio olímpico - o espanhol Rayderley Zapata, por exemplo, foi bronze no último Mundial com nota de 15,200 pontos, sendo 6,7 de dificuldade.
- Eu ainda não vou fazer minha série mais difícil. Vou fazer uma de 6,8 de dificuldade, e já na próxima etapa, na Alemanha, quero fazer um pouco mais difícil. Mas a série de Doha é muito similar a das Olimpíadas, só um pouco mais fraca. Nas Olimpíadas, quero uma série de 7,1 de dificuldade. Aqui em Doha, eu quero tirar entre 15,400 e 15,500 mais ou menos. Já ficaria bastante satisfeito. É uma série mais simples, mas acredito que tenha potencial. Mas preciso fazer uma boa série, porque o código atual está bem exigente. Tirar uma nota dessas atualmente está bem difícil, mas acredito que eu tenha possibilidade.
As dores na coluna, resultado de uma lesão crônica, já não incomoda Diego. Se no ano passado o problema foi o principal responsável pela ausência do ginasta nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, neste ano o físico do bicampeão mundial não deve atrapalhar tanto.
- No ano passado, eu tive um problema na coluna, mas está bem melhor, está bem regular. Eu tenho feito muito trabalho de fisioterapia, muito trabalho de fortalecimento muscular diário, que tem me ajudado bastante a deixar minha coluna bem. Não tenho me queixado da minha coluna não. Só nos últimos tempos, que tive uma leve dor no pé esquerdo, mas nada que tenha me tirado muito tempo dos treinos. Só fiquei dois dias sem treinar solo, mas depois já voltei ao normal.
Além dos dois aparelhos que é especialista, Diego tem treinado também cavalo com alças, barras paralelas e barra fixa. A ideia é que, se confirmado na equipe olímpica, o ginasta se apresente nesses aparelhos para entrar na nota do Brasil apenas em caso de quedas dos companheiros de time.
MAIS BRASILEIROS EM DOHA
Além de Diego, três ginastas do time masculino do Brasil também abrem a temporada no Catar. Angelo Assumpção compete no solo, no salto, nas barras paralelas e na barra fixa. Fellipe Arakawa está inscrito nas barras paralelas, na barra fixa, no cavalo com alças e nas argolas. Henrique Medina completa o grupo, disputando o cavalo com alças e as argolas.
O Brasil também vai contar com duas representantes nas disputas femininas. Thauany Araújo estreia no ano e só não compete no salto. Depois de retornar às competições no Troféu Jesolo, Rebeca Andrade tem seu segundo teste e está inscrita na trave e nas barras assimétricas.
Entre os estrangeiros, o destaque é a presença da veterana romena Catalina Ponor, antiga rival de Daiane dos Santos e dona de três ouros olímpicos. A suíça Giulia Steingruber e a romena Diana Bulimar também são fortes ginastas. Entre os homens, o maior nome é o cubano Manrique Larduet, atual vice-campeão mundial do individual geral. Outros destaques são o armeno Harutyan Merdinyan (bronze no cavalo com alças no Mundial de 2015), o azeri Oleg Stepko (bronze nas barras paralelas do Mundial de 2015), o britânico Sam Oldham (bronze por equipes nas Olimpíadas de 2012), o britânico Daniel Keatings (prata no individual geral do Mundial de 2009) e o grego Eleftherios Petrounias, atual campeão mundial das argolas e maior adversário de Arthur Zanetti nos Jogos do Rio.
PROGRAMAÇÃO
Quinta-feira (24/03)
8h30 - Classificatórias masculinas de solo e cavalo com alças
8h30 - Classificatórias femininas do salto e das barras assimétricas
9h - Classificatória das argolas
11h30 - Classificatórias masculinas do salto e barras paralelas
11h30 - Classificatórias femininas da trave e do solo
12h - Classificatória da barra fixa
Sexta-feira (25/03)
11h - Final do solo masculino
11h30 - Final do salto feminino
12h - Final do cavalo com alças
13h - Final das barras assimétricas
13h20 - Final das argolas
Sábado (26/03) - Com transmissão do SporTV 2
10h30 - Final do salto masculino
11h10 - Final da trave
11h40 - Final das barras paralelas
12h20 - Final do solo feminino
12h50 - Final da barra fixa