De alma lavada, Loro dorme com cinturão e revela ligação de José Aldo.
02/04/2015 13:56
na hora de dormir (Foto: Arquivo Pessoal)
Doze anos de MMA profissional e uma tentativa frustrada de conquistar o cinturão do peso-galo do Bellator, em 2013. Marcos Loro sabia que não poderia desperdiçar outra oportunidade. Na última sexta-feira, finalizou Joe Warren no segundo round, com uma chave de joelho, e, enfim, alcançou o ápice de sua carreira. Um título conquistado diante de um oponente que, há quatro anos, o vencia de forma polêmica.
Em um misto de redenção e felicidade, Marcos Loro aproveita o momento que tanto aguardou. Da infância pobre em Manaus às dificuldades encontradas no Rio de Janeiro, onde buscava o profissionalismo no esporte, veio o cinturão - símbolo maior de uma vitória regada a perseverança.
- Carrego o cinturão para todos os lugares: nas aulas, no restaurante, na cama. Minha esposa está até com ciúmes porque eu durmo com o cinturão. É um felicidade que não tem preço. Esse aqui ninguém toma mais. Demorou para chegar, bati na trave várias vezes, agora, ele é meu filho. É dedicação total - afirma o manauara, que mora em Nova York, em entrevista ao Combate.com, emendando.
- Tirei uma tonelada das costas. Foi a melhor coisa do mundo. Se na primeira luta contra o Warren eu não tinha dúvidas da vitória, agora, então... Eu entrei para acabar com a luta antes dos cinco rounds. Sabia que, se fosse para o chão, eu ia usar meu jiu-jítsu. Ele caiu em uma posição que faço muito, quando peguei, sabia que ele não sairia mais. Ele se achava, porque era o carrasco dos brasileiros e nunca pensou que eu fosse tirar o cinturão dele.

em Nova York, nos Estados Unidos (Foto: Divulgação/Bellator)
Após ser finalizado, Warren mostrou-se irritado, alegando que o árbitro teria interrompido o embate de forma prematura. Entretanto, o americano gritou - o que denota desistência - como frisa Loro.
- Ele gritou muito alto, estava sentindo muita dor, com certeza. Antes das lutas, o árbitro comenta a regra no vestiário e pergunta se a gente entendeu. O árbitro havia dito que tem duas formas de acabar uma luta: batendo ou verbalmente. Ele falou que, se gritasse, encerraria a luta, porque precisa proteger a integridade física dos atletas.
Com a nova fase na carreira, Loro evita pensar nos próximos adversários e sonha que o título o ajude a melhorar financeiramente.
- Eu espero que agora os empresários de marcas de luta estejam interessados em me patrocinar para que eu faça meu camp sem preocupação. Estou em um lugar que muitos esperam chegar. Conversei com o Dedé (Pederneiras) sobre isso, ele é como um pai para mim, sempre me dá vários conselhos. Sou muito grato a ele e ao meu primeiro professor, o Nonato Machado.

Um dos responsáveis por abrir as portas do Rio de Janeiro a José Aldo, a quem conhecia desde a época em que vivia em Manaus, Loro conta que o campeão do peso-pena do Ultimate foi uma das pessoas que festejaram seu feito. Apesar de estar em turnê mundial ao lado de Conor McGregor para divulgar o UFC 189, Aldo não o esqueceu.
- Ele me ligou para me parabenizar, está amarradão. A esposa dele, a Vivianne, também falou que está muito feliz. O Aldo é um grande irmão. Ele me falou que era só eu manter a calma que a hora ia chegar. E chegou. Estamos sempre em contato.