Custo sobe para R$ 45 milhões, e Flu espera ter CT pronto em maio de 2016.
12/03/2014 11:11O sonho do Fluminense de construir um centro de treinamento continua de pé, mas passou por mudanças e vai custar caro. Na tarde desta terça-feira, o presidente do clube, Peter Siemsen, o vice-presidente de projetos especiais, Pedro Antônio Ribeiro da Silva, e o vice-presidente de futebol, Ricardo Tenório, apresentaram o novo projeto do CT tricolor, no Salão Nobre, nas Laranjeiras. Pela segunda vez houve reformulação, mas agora o formato é definitivo. Inicialmente, a previsão de injeção financeira era de cerca de R$ 13 milhões. Mas o valor subiu consideravelmente. Agora, a estimativa é de que sejam necessários de R$ 40 milhões a 45 milhões para tirar o CT do papel. Uma parte do orçamento deverá ser destinada a estudos e preparos do solo, o que levará cerca de nove meses para a estabilização do terreno. Há a necessidade também da construção de vias de acesso ao local, atualmente com mato alto e sem uma rua de ligação entre a avenida principal, o CT e a Escola Sesc. De acordo com a prefeitura, cada m² do terreno custa cerca de R$ 221 e o valor total da área gira em torno de R$ 8,7 milhões.

- O projeto inicial era horizontal, havia patrocinador para construir, uma área que ficava um pouco menor. Mas quando o Fluminense conseguiu a cessão do terreno, rediscutimos o projeto. Não havia uma ordem lógica - explicou Pedro Antônio Ribeiro da Silva para justificar o aumento do custo.
- Ainda vai se fazer um orçamento mais detalhado e vamos ter uma noção melhor - completou o vice de futebol Ricardo Tenório.
A expectativa é de que as obras sejam concluídas até maio de 2016, para que a estrutura esteja disponível durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio, conforme acordo feito com o município. O processo já começou. De acordo com o cronograma, o clube conseguiu em fevereiro a licença de Meio Ambiente da prefeitura. De posse dela, será possível começar a estabilização do terreno no mês de abril, fase que deve terminar no fim de fevereiro de 2015. O início da edificação está previsto para dezembro.
- Até dezembro de 2014 vamos procurar os recursos. A construção inicia-se com doações. Vamos arranjar. Se não arranjar, eu boto o meu dinheiro (risos) - disse Pedro Antônio.
A cessão oficial do terreno foi oficializada no Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro em abril de 2013. O local tem exatamente 39.369 m² e fica localizado na esquina da Avenida 8 com Avenida 1, em Jacarepaguá, atrás da Escola Sesc, próximo da Avenida Ayrton Senna e de uma famosa casa de shows. Ainda segundo o termo, a cessão será por 50 anos - prorrogáveis por igual período a contar da data da assinatura - com a finalidade de "construção, gestão, manutenção e operação de um Centro de Treinamento".

O novo projeto do CT, que levará o nome de Celso Barros em homenagem ao presidente da Unimed, prevê a construção de três campos, sendo dois deles com medidas oficiais, caixa de areia, duas quadras de vôlei de praia, piscina de 25 metros, academia, departamento médico, dormitório com 68 quartos (alguns para dois jogadores e outros individuais), alojamento para a comissão técnica, uma ideia do técnico Vanderlei Luxemburgo, treinador do clube num curto período no passado, sala de imprensa, área de lazer para os jogadores com piscina e churrasqueira, três estacionamentos (imprensa, atletas e clubes visitantes) e ainda uma área destinada à administração do local.
Para tocar o CT, o Fluminense busca parceiros. A ajuda do município está limitada ao terreno cedido. Além disso, o clube tentará captar recursos com marketing dirigido, doadoras e com campanhas de bilheteria com movimento dos associados.
O apoio da Ambev será rediscutido. Inicialmente, a cervejaria e a prefeitura investiriam R$ 6,5 milhões cada, totalizando R$ 13 milhões. A participação da Unimed-Rio, patrocinadora do clube, e da Adidas, fornecedora de material esportivo, não está descartada. O projeto ainda será apresentado aos parceiros.

- O mais difícil era o terreno e a parte burocrática, e isso já foi resolvido. Acho viável o projeto. Vamos envolver torcedores, patrocinadores e recursos que possam ser conseguidos com a venda de atletas. Isso ainda não foi discutido (com a Unimed). A homenagem ao Celso tem a ver com o que foi feito no passado. O foco do projeto é o time, é o resultado. Vamos ter um Brasileiro difícil esse ano, mas tenho certeza que vamos nos sair bem. O patrocínio é voltado ao time de futebol. No momento, não existe discussão sobre esse investimento - disse o presidente Peter Siemsen.
Para acertar contas e avançar no planejamento do CT, o Fluminense precisa de receita. E o Tricolor trabalha em duas frentes importantíssimas: o fim das penhoras da verba de transmissão de televisão e a liberação no Banco Central de cerca de R$ 14,7 milhões da venda o atacante Wellington Nem para a Ucrânia, em 2013.
Jornal Folha do Rio.