CPI quebra sigilo de inquérito sobre escuta na cela de Alberto Youssef.
25/09/2015 08:18Em uma sessão relâmpago, sem convocação prévia, a CPI da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (24) a quebra do sigilo do inquérito instaurado pela Polícia Federal sobre a escuta ilegal encontrada na cela do doleiro Alberto Youssef na carceragem da PF em Curitiba.
O grampo foi encontrado em abril de 2014 pelo próprio Youssef. O episódio gerou a abertura de uma sindicância interna. Na ocasião, a PF alegou que o equipamento havia sido colocadoquando o traficante Fernandinho Beira-Mar ficou preso na mesma cela.
Em depoimento à comissão, porém, policiais federais admitiram ter instalado a escuta sem autorização da Justiça, desmentindo a versão oficial.
Também foi aprovado um requerimento para convocar o superintendente da Polícia Federal em Curitiba, Rosalvo Ferreira Franco, e de cinco delegados e dois agentes federais para esclarecer o episódio. Esse requerimento se soma a outro já aprovado pela CPI que pedia a convocação de alguns envolvidos no caso.
Entre os convocados nesta quinta está Mauricio Moscard Grillo, responsável pela apuração interna sobre o grampo na cela do doleiro.
Os demais que serão chamados para depor são os delegados José Washington Luiz Santos, Mário Renato Castanheira Fanton, Paulo Renato de Souza Herrera e Rivaldo Venâncio e os agentes de Polícia Federal Maria Inês Malinowski de Paris Slussarek e José Eraldo de Araújo, todos servidores envolvidos na sindicância. As audiências para que todos sejam ouvidos ainda não têm data.
A CPI também aprovou um requerimento pedindo informações sobre a perícia feita nos computadores apreendidos no Núcleo de Inteligência Policial da PF no Paraná para apurar o caso.
Os cinco requerimentos foram aprovados em bloco em uma sessão convocada pelo presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), sem aviso prévio.Os deputados também irão solicitar ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e ao diretor-geral da PF, Leandro Diello, informações sobre equipamentos de inteligência policial adquiridos pela Polícia Federal.
Tão logo a comissão terminou de ouvir quatro depoentes, Motta informou que precisavam ser aprovados alguns requerimentos e que, se não houvesse oposição, iria abrir uma sessão deliberativa em seguida, quebrando a praxe regimental que estabelece que as convocações sejam feitas com, no mínimo, 24 horas de antecedência.
Os poucos presentes concordaram e os requerimentos foram aprovados de uma vez, sem a contagem de votos.