Com Polônia ainda engasgada, Brasil comemora a volta por cima no Mundial.

18/09/2014 10:53
 
 

A Rússia tinha acabado de ficar para trás, a vaga na semifinal estava assegurada, mas a cabeça voltava ao dia anterior. Aquele jogo de terça-feira contra a Polônia teve gosto amargo. E não só por representar a primeira derrota no Mundial da Polônia. Os nervos já haviam sido abalados após o sorteio dos grupos para a terceira fase da competição, que contou com mudanças no regulamento e acabou tirando da equipe as vantagens de ter feito a melhor campanha em prol dos poloneses. A brecha estava ali, e Kubiak aproveitou para tirar de vez a seleção do sério fazendo uso de provocações. E elas ainda não foram esquecidas. 


vôlei Brasil comemoração (Foto: FIVB)

A pressão estava grande. É bom, sempre bom ganhar dos russos. É uma vitória que traz confiança. Faltava eles respeitarem um pouco mais a gente. Mas na terça, a Polônia teve jogadores que fizeram um pouco o papel do "Tintim" (Spiridonov, o provocador ponteiro russo). Alguns jogadores desrespeitaram. O número 13 (Kubiak). Nós perdemos mais psicologicamente do que tecnicamente. Mas o mundo dá voltas. Espero que possamos encontrar a Polônia mais à frente. O jogo contra eles deixou um amargo na nossa boca. A gente não só perdeu, mas fomos desrespeitados por alguns jogadores lá. E isso fica. Se a gente cruzar com eles lá na frente será uma motivação a mais - disse Leandro Vissotto. 


Ao contrário do Brasil, a Polônia ainda não está classificada para a próxima fase, que será disputada no sábado. Decidirá seu destino nesta quinta-feira, na Atlas Arena, contra a Rússia. Para ficarem com a vaga, os anfitriões precisam ganhar dois sets. Só serão eliminados se Muserskiy & Cia vencerem por 3 a 0 ou 3 a 1. Na outra chave, a Alemanha garantiu um lugar. O outro semifinalista sairá do confronto entre França e Irã. Os franceses precisam vencer um set para ficarem em primeiro do grupo. 

Naquela noite foi difícil dormir. Rapha diz que o time queria voltar logo para a quadra e provar que podia sair daquela situação complicada. Só uma vitória por 3 a 0 ou 3 a 1 sobre a Rússia seria capaz de manter a seleção ainda na briga pelo quarto título seguido. Estavam diante de um teste emocional e tinham que se sair bem nele. Todos comemoraram a volta a por cima. Bruninho ainda lembrava e lamentava não ter ajudado o time como queria contra os poloneses.  

Brasil x Polônia Mundial masculino vôlei (Foto: Divulgação/FIBV)Wallace tenta passar pelo bloqueio da Polônia.

 

-  De maneira alguma imaginamos que íamos ficar fora da semifinal. No jogo contra a Polônia ficamos chateados e acho que faltou um pouco de lucidez de minha parte para ajudar, acho que faltou comunicação. Sangue doce não pode lutar com ninguém, mas tem uns caras lá que nunca ganharam nada, não são ninguém e ficam provocando. Joguei com Giba, o maior ganhador que já vi no vôlei, e nunca o vi provocar ninguém. A gente não pode mais cair numa armadilha dessa. Na preleção do jogo contra a Rússia, comentamos que tivemos inúmeros momentos de provar que tínhamos que estar ali. O time não é mais o mesmo, mas nós mostramos na Liga Mundial que podíamos chegar lá. Temos provado que somos um time guerreiro. Vimos os sacrifício de Murilo e Wallace. Eu fico orgulhoso de ter caras como eles ao meu lado. Acho que vamos longe. Agora vamos descansar e torcer para que ninguém antecipe o jogo da semifinal (no sábado) - afirmou o capitão, fazendo referência às mudanças nas regras.

O revés que pôs fim à uma série invicta de nove partidas, teve lá seu lado positivo aos olhos de Lucarelli. O jovem ponteiro, caçula do grupo, elogiou a atitude de seus companheiros em quadra, diante dos russos, e o fato de ter podido ver os pais vibrando com a vitória sobre os campeões olímpicos da arquibancada.  

- Aquela derrota nos deixou em estado de alerta. E a união que já era 100% passou para 200%. Estamos ficamos focados em tudo o que tínhamos que fazer. Tivemos humildade. E cada um quer dar ainda mais o seu melhor. Este é um time sensacional - disse.

 

 

 

 

 

 

 

 

Jornal Folha do Rio.