Com chuva de papel e batucadas, torcida surpreende o Rio de Janeiro.

25/02/2016 10:34

O Rio de Janeiro estreou no Sul-Americano de clubes nesta quarta-feira, 24, com vitória por 3 sets a 0 diante do Gymnasia y Esgrima, da Argentina. Mas, antes de entrar em quadra, as jogadoras tiveram uma surpresa ao entrarem na “Bambonera do vôlei argentino”. Primeiro veio a chuva de papel picado, já famosa no futebol, mas incomum nas quadras. Depois, o barulho dos torcedores da equipe da casa que, munidos de bumbos, caixas e até cornetas, faziam os gritos de Bernardinho parecerem sussurros.

Torcida do Gimnasia La Plata contra o Rio de Janeiro (Foto: Fernando Maia/MPIX)Banda do Gimnasia La Plata no confronto com o Rio de Janeiro (Foto: Fernando Maia/MPIX)

 

Assim que entraram em quadra para fazer o aquecimento, antes do início da partida, as jogadoras do Rio de Janeiro foram surpreendidas por uma chuva de papel picado vindo das arquibancadas. Elas confessam que chegaram até achar que fosse uma "pegadinha", mas era apenas uma saudação para as donas da casa.

Torcida do Gimnasia La Plata contra o Rio de Janeiro (Foto: Fernando Maia/MPIX)Torcida do Gimnasiafez muito barulho contra o Rio de Janeiro (Foto: Fernando Maia/MPIX)

- Foi bem curioso e chamou muito a nossa atenção. Achamos que fosse alguma brincadeira, mas ficamos sabendo depois que é um hábito comum na Argentina. Precisamos parar o aquecimento e esperar limparem o ginásio para continuarmos. Mas depois acabou que deu tudo certo - disse a ponteira Gabi.

A outra surpresa ficou por conta do barulho feito pela torcida argentina, que enfeitava o ginásio com faixas e tocava tambores, bumbos e até cornetas. Como no Brasil a Confederação Brasileira de Vôlei proíbe a entrada de instrumentos nos ginásios, a maioria das jogadoras nunca haviam passado por tal situação.

- É uma coisa que impressiona, porque é muito parecido com as torcidas de times de futebol. Essa coisa de levar instrumentos, fazer chuva de papel picado... Eles cantam muito. Na verdade, eles não torcem. Ficam mais cantando mesmo, como as torcidas fazem nos estádio de futebol. E isso é muito legal. Nós, jogadoras, que estamos ali, em quadra, mesmo sabendo que é contra, acabamos sentindo a energia deles - disse Fabi.

Rio de Janeiro x Gimnasia La Plata Sul-Americano (Foto: Fernando Maia/MPIX)Rio de Janeiro x Gimnasia La Plata Sul-Americano (Foto: Fernando Maia/MPIX)

A líbero, bicampeã olímpica, que já esteve envolvida numa final entre Flamengo e Vasco, na Superliga Feminina 00/01, ainda imaginou como deve ser um clássico do vôlei argentino.

Bernardinho é tietado por jogadoras do Gimnasia (Foto: Fernando Maia/MPIX)Bernardinho é tietado por jogadoras da base do Gimnasia (Foto: Fernando Maia/MPIX)

- Não deve ser fácil estar em quadra em um clássico do vôlei argentino. Deve ser complicado, uma disputa acirrada, mas muito bonita de se ver, sem dúvida. Fica difícil para quem está lá dentro, para jogar, mas embeleza muito o espetáculo. É bem diferente do que estamos acostumadas no Brasil. Nossos fãs são muito participativos, mas de outra maneira - finalizou.


A festa feita pela torcida quando as equipes entraram em quadra não atraia nem um pouco as jovens das divisões de base do Gymnasia. Na quadra para trabalharem como boleiras do confronto entre sua equipe e o Rio de Janeiro, elas só tinham olhos para o técnico Bernardinho. Uma das maiores estrelas do torneio, o treinador carioca atendeu pacientemente as meninas, conversou, tirou fotos e autografou todos os uniformes. Sem dúvida uma noite inesquecível para as futuras jogadoras, mesmo com a derrota.