Brasília - O deputado federal Carlos Marun (PMBD-MS) foi escolhido nesta terça-feira como relator principal da CPI mista da JBS. A escolha acontece após pressão do governo para que a relatoria da comissão ficasse com alguém alinhado ao Planalto. Marun foi um dos mais fiéis aliados do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e faz parte da tropa de choque do presidente Michel Temer. O deputado teve entre seus doadores de campanha a própria empresa alvo da CPI mista. Ele recebeu, por meio de repasses de outros candidatos, R$ 103 mil em 2014.
O presidente da comissão, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), ainda decidiu criar duas sub-relatorias na CPI para tentar acomodar os descontentes com a indicação. A primeira ficará com o deputado Delegado Francischini (SD-PR) e será responsável por investigar os contratos de empréstimos da empresa com o Banco Nacional de

Já a segunda sub-relatoria ficará a cargo do deputado Hugo Leal (PSB-RJ), que tratará de temas como as dívidas fiscais, previdenciárias e agropecuárias da empresa. Antes mesmo da confirmação, a escolha de Marun para relatar a comissão já era alvo de protestos.
"Se for o Marun, não vamos aceitar de jeito nenhum. Vai começar uma CPI chapa branca?", questionou o deputado João Gualberto (PSDB-BA), que ameaça deixar a comissão caso a escolha se confirme. "A CPI já começaria em pizza, seria um desrespeito sem tamanho. Marun é ligadíssimo a Eduardo Cunha. Não pode isso."
A CPI da JBS deve votar na tarde desta terça-feira a convocação de nomes envolvidos na polêmica delação, como o