Camisa de Nilton Santos motiva Junior Cesar contra Z-4: "Questão de honra".
31/10/2014 16:35Junior Cesar guarda em seu apartamento uma coleção considerável de camisas trocadas com companheiros de outros times nos jogos que disputou. Mas de certa forma ele abandonou essa prática quando voltou ao Botafogo. A grande quantidade de uniformes do Alvinegro estocada mostra que o lateral-esquerdo faz questão de guardar quase todos, mesmo que sejam iguais, mas existe um motivo: preservar a lembrança de vestir o número 6, que tem o nome de Nilton Santos gravado acima do escudo do clube. Mas o jogador pretende terminar o ano com uma outra recordação: ter conseguido evitar o rebaixamento para a Segunda Divisão.

São esses dois fatores que conduzem Junior Cesar nesta reta final de temporada. O estímulo de ser bem-sucedido usando uma camisa histórica, que tem gravada o nome de um ídolo, e evitar a consolidação negativa de um ano que contrasta com o seu anterior. Em 2013, pelo Atlético-MG, o lateral-esquerdo conquistou o Campeonato Mineiro, a Libertadores e disputou a semifinal do Mundial de Clubes, no Marrocos.
- Toda vez que coloco essa camisa para jogar sei da responsabilidade que tenho, porque vejo o nome do Nilton Santos. E minha lamentação maior é usá-la nessa fase que o Botafogo vive. Seria muito mais gratificante vestir a camisa com o nome do Nilton num momento especial do clube, sem estar na zona de rebaixamento. Essa é a responsabilidade que carrego comigo. Uso uma camisa tão grande que foi a de um ícone do Botafogo - disse.
Junior Cesar iniciou em fevereiro sua segunda passagem pelo Botafogo e, assim como em 2006, esperava conquistar títulos. Depois da disputa da Libertadores, o lateral-esquerdo testemunhou um ambiente que contrastou com os momentos vividos no Atlético-MG, em 2013. Mas nem mesmo diante de uma crise ele se diz menos estimulado.

- É mesmo uma realidade muito diferente. O Atlético talvez tenha sido o melhor momento da minha carreira e claro que não gostaria de passar pelo que estou passando no Botafogo. Mas não me arrependo de ter vindo, porque tenho um grande carinho pelo clube. Agora estou vivendo um desafio diferente daquele que tive no ano passado, mas não deixa de ser um desafio.
Embora tenha sido formado no Fluminense e atuado pelo Flamengo, Junior Cesar admite que as experiências vividas nas duas passagens pelo Botafogo o ajudaram a criar uma identificação com o clube que supera a dos rivais cariocas. Aos 32 anos, ele ganhou papel de um dos líderes do elenco, principalmente após a saída de Bolívar, Emerson Sheik, Edilson e Julio Cesar – demitidos pelo presidente – e percebeu sua relevância no papel de estimular companheiros de equipe e torcedores na reta final da temporada.
- Temos o compromisso e a responsabilidade de trabalhar para que o rebaixamento não aconteça. Virou um título não deixar o Botafogo cair para a Segunda Divisão. Todos vão trabalhar com esse foco, porque ninguém quer manchar sua carreira profissional e nem deixar seu nome no clube com uma derrota como essa. Para mim, virou questão de honra manter o Botafogo na Primeira Divisão - destacou ele, que tem 70 jogos e dois gols marcados com a camisa alvinegra.
Jornal Folha do Rio.