O governador do Rio, Sérgio Cabral, convocou uma reunião com os secretários de estado e prefeitos dos municípios da Baixada Fluminense para discutirem os problemas causados pela forte chuva que caiu na região na última quarta-feira (11). O encontro acontecerá no começo da tarde desta quinta-feira (12) no quartel do Corpo de Bombeiros de Nova Iguaçu, na Avenida Governador Roberto Silveira, no centro do município.
Três pessoas morreram por causa de temporal
Subiu para pelo menos três o número de mortos no Rio de Janeiro devido às chuvas que atingiram o estado nesta quarta-feira (11). Bombeiros do quartel de Itaperuna confirmaram que foram acionados para a queda de uma ponte no distrito de Calheiros, a 20 quilômetros de Bom Jesus do Itabapoana, no Norte Fluminense, em que Reinaldo de Souza, de 26 anos, morreu.
O superintendente explicou que as equipes estão retirando as pessoas de suas casas antes que sejam atingidas. "Essa frente fria que ficou estacionada na Região Metropolitana que se deslocou para o Espírito Santo e, associado a isso, temos uma chuva muito forte em Minas e Noroeste do estado. O Rio Itabapoana já saiu do seu leito", disse o coronel Luiz Guilherme dos Santos.
Segundo o superintendente operacional da Defesa Civil, coronel Luiz Guilherme Ferreira dos Santos, um jovem de 12 anos está desaparecido. As equipes realizavam buscas no local nesta quinta-feira. A ocorrência foi registrada pelo Corpo de Bombeiros por volta de 1h desta quinta (12).
Nesta manhã, a assessoria da Prefeitura de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, confirmou que o corpo encontrado boiando no Rio Botas na noite desta quarta-feira é do pedreiro Martinho da Silva, de 50 anos, que estava desaparecido. A família reconheceu a vítima ainda durante a noite.
O corpo de um rapaz de 18 anos foi encontrado em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, por volta das 19h45 desta quarta-feira (11). Segundo informações da assessoria de imprensa da Prefeitura, Neilson Viana Ribeiro, morador da Rua André Vital de Negreiros, no bairro de Recantus, teria caído no rio que passa pela região na manhã desta quarta. O corpo foi localizado pela equipe da Defesa Civil da cidade e pelo Corpo de Bombeiros, e estava a caminho do Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu por volta das 20h20.
O superintendente avalia que a Defesa Civil fez um bom trabalho durante as chuvas. "A grande quantidade de problemas foi de inundações e as pessoas que foram vitimadas pelos alagamentos foram as que tentaram atravessar rios e correntezas", esclareu o coronel Luiz Guilherme dos Santos. "Posso dizer que, nos últimos quatro anos, tivemos uma mudança no trabalho, que é feito preventivamente, com os alarmes das sirenes. Não tivemos óbitos por causa de desmoronamentos, o que é positivo."
De acordo com o coronel, nesta quinta (12), a Defesa Civil analisa as necessidades dois municípios afetados e monitora a situação do Norte e Noroeste do estado. "Precisamos reforçar que as pessoas evitem circular por áreas alagadas para evitar tragédias."
Número de desalojados passa dos 4 mil
O temporal que atingiu o Rio de Janeiro entre a noite de terça-feira (10) e a manhã de quarta-feira (11) alagou ruas, isolou moradores e deixou mais de quatro mil pessoas desalojadas em todo o estado. As informações foram contabilizadas com a assessoria de cada município.
Na capital, 200 pessoas ficaram desalojadas e outras 50, desabrigadas. Municípios da Baixada Fluminense decretaram estado de calamidade pública. Em Nova Iguaçu, foram registrados 900 desalojados e 200 desabrigados. Já em Queimados, o número chegava a 1.987 desalojados e 116 desabrigados. No município de Japeri, havia mais de mil famílias desalojadas e 23 desabrigadas.
Também foram atingidos os municípios de Belford Roxo – com 1.100 desalojados e e seis desabrigados –, São João de Meriti – com mais de cem desalojados –, e Mesquita – com 50 famílias desalojadas. Duque de Caxias e São Gonçalo também foram atingidos.
No total, o estado do Rio de Janeiro registrou o número de 4.087 desalojados e 395 desabrigados.
Monitoramento por 24 horas
De acordo com a Defesa Civil do estado, está sendo feito um o monitoramento de 24 horas com os municípios para que eles possam ativar seus planos de contingência. “Apesar de tecnicamente o verão não ter começado, para a Defesa Civil do estado já começou. Desde o final de outubro, estamos em sistema de alerta, com plantão 24 horas, para monitorar todas as frentes que estão chegando ao nosso estado”, afirmou o coronel Luis Guilherme Ferreira, superintendente operacional da Defesa Civil do Rio de Janeiro.
A Defesa Civil também fez questão de destacar os cuidados necessários durante este período de chuvas fortes. Segundo o coronel, a população deve ter atenção com escorregamentos e inundações e procurar adotar certos cuidados.
“Orientamos as pessoas que residem em área de risco que, tão logo sejam informadas que devem sair de suas casas, em função do acumulado de chuva, saiam e busquem pontos de apoio predefinidos pelo município. Sobre a questão de alagamentos ou inundações, às vezes vemos cenas de pessoas passando por essas áreas. Evitem esse tipo de coisa, porque vocês não têm a noção exata de profundidade, ou onde começa o bueiro e termina a rua”, destacou Ferreira.
Ainda de acordo com o coronel, há dois pontos mais preocupantes no estado nas últimas 48 horas. O Subúrbio do Rio, na região que compreende os bairros de Irajá, Acari e Colégio, e a Baixada Fluminense, nos municípios de Nova Iguaçu, Belford Roxo, Queimados e Japeri. “Atualmente, nossa preocupação é o Noroeste do estado, onde o Rio Muriaé já está na fase de transbordo, e essa frente está se deslocando para o Espírito Santo”, enfatizou.
Jornal Folha do Rio.