Atacantes desestabilizados: Flu perde 2 por problemas pessoais em 14 dias.

02/04/2015 13:21
Walter, Fluminense (Foto: Sofia Miranda)Walter alegou dificuldades e foi liberado do Flu (Foto: Sofia Miranda)

O que um time definitivamente não precisa na semana de um clássico é de uma polêmica extracampo. Alvo do Atlético-PR, Walter, porém, causou rebuliço nas Laranjeiras ao abandonar o treinamento de terça-feira sem dar satisfações à comissão técnica ou à diretoria. Os rumores de que teria viajado a Curitiba para um encontro com representantes do clube paranaense aumentaram. Mas uma reunião com dirigentes do departamento de futebol tricolor na quarta-feira explicou os motivos da atitude de Walter. Ainda que haja a possibilidade de uma negociação com o Furacão, o camisa 18 está com problemas pessoais e, até que sua situação seja resolvida, ele não jogará pelo Tricolor. É o segundo a fazer isso. Em 14 dias, Michael alegou o mesmo e está afastado.

Tais dificuldades deixaram Walter completamente desestabilizado. Os companheiros de equipe, por um lado, dizem não saber de nada. O próprio teria dito que está sem cabeça e abandonou o treinamento "para não fazer nenhuma besteira". Os problemas passam pelo âmbito familiar do atacante, e também financeiro. Cerca de 70% do salário de R$ 250 mil, que deveriam ser pagos pela antiga patrocinadora - Unimed -, estão atrasados cinco meses, de acordo com o atacante.

Além dos problemas, e apesar de ter dito ao vice de futebol Mário Bittencourt que suas atitudes em nada se relacionam com o fato de que ele vem sendo pouco utilizado na equipe, Walter já se mostra, há um tempo, insatisfeito com sua situação no Fluminense. Desde que chegou, em 2014, alternou entre altos e baixos, porém mais baixos do que altos. Ao todo, fez 49 partidas e marcou nove gols. A última vez que balançou as redes em uma partida oficial foi em maio do ano passado, contra o São Paulo. 


Cristóvão Borges e Michael, Fluminense (Foto: Nelson Perez / Flickr do Fluminense)

A conduta de Walter, na visão de Mário Bittencourt, foi reprovável, e medidas serão tomadas internamente, a fim de preservar o clube e o próprio jogador. O que chama a atenção é que é o segundo problema com um atacante em 14 dias. Duas semanas atrás, Michael causou dor de cabeça na diretoria tricolor. O jovem jogador, que foi suspenso até o dia 31 de agosto em julgamento por doping, não apareceu para treinar e sumiu sem dar notícias. Um dia depois, pediu um afastamento por tempo indeterminado dos treinamentos, e os dirigentes acataram.

Ambos os casos acabam frustrando a torcida tricolor, que já depositou sobre eles certa expectativa. Dentro do plantel, entretanto, os jogadores não se deixam abalar. A ausência de Walter e Michael abre mais espaço na disputa dos jovens por vaga no setor ofensivo, que atualmente conta com Fred e Kenedy - principais titulares -, além de Lucas Gomes, Marcos Júnior e Pablo Dyego. Há ainda o Samuel, emprestado ao Sport, o que mais se assemelha, junto aos atletas afastados, às características do capitão tricolor. Euller, atacante do sub-20, também possui tal estilo, mas nunca jogou pelos profissionais.

Após conversa com Cristóvão Borges, técnico da época, Michael pediu afastamento (Foto: Nelson Perez /Fluminense FC)



O lateral-direito Wellington Silva parece tranquilo ao dizer que situações como a do Walter não afeta o elenco, que está focado nas duas últimas partidas da Taça Guanabara e sonha com uma classificação para o quadrangular final do Carioca:

- Eu, particularmente, não estou sabendo de nada da situação do Walter. E essa situação não abala a gente, não. Estamos bastante focados nesse clássico contra o Flamengo, focados no treinamento. Sabemos que precisamos dos três pontos, é a nossa prova de fogo. A questão do Walter não atrapalha. Precisamos é do torcedor do nosso lado.

Sem Walter, o Fluminense enfrenta o Flamengo neste domingo, no Maracanã, às 18h30 (de Brasília). O Tricolor ocupa a quinta colocação, com 28 pontos, dois a menos do que o Vasco, quarto colocado.