Arames, grades e fosso dão cara de prisão à 'La Fortaleza', casa do Lanús.

10/12/2013 11:18
 
 

O nome oficial é Néstor Díaz Pérez, mas os torcedores preferem chamar o estádio do Lanús de outra forma: "La Fortaleza". É esse o palco que na quarta-feira, às 21h50 (de Brasília), receberá o confronto entre Lanús e Ponte Preta pela final da Copa Sul-Americana. O apelido, como mostra o jornal, não é por acaso. Mais do que um local acanhado, a casa do clube argentino é feita para amedrontar rivais. Dos arames expostos até o fosso que separa a torcida do campo, o Lanús deixa claro aos adversários quem é dono do espaço. A Macaca espera superar tudo isso para voltar ao Brasil com o título inédito.

 

Do lado de fora, a aparência chega até a enganar. Com uma fachada moderna (sinal de uma recente reforma), a impressão que se tem é de algo novo. Mero engano. Basta entrar para entender que a Ponte Preta vai encontrar um clima totalmente contrário, de muita pressão, na busca pelo caneco da Copa Sul-Americana.

Mosaico estádio Lanús fortaleza (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Imagens do palco da final da Copa Sul-Americana: Ponte Preta enfrentará um alçapão na busca do primeiro título

A atmosfera pesada do estádio não para por aí. A casa do Lanús é acanhada e com arames farpados acima do alambrado. Lembrando os campos de refugiados, "La Fortaleza" pulsa junto com o time em campo. A torcida organizada costuma ficar atrás do gol localizado à esquerda das cabines de imprensa. O lugar dos campineiros está reservado: os quatro mil torcedores da Macaca ficarão do lado oposto, atrás do gol à direita das cabines.


treino Lanus sul-americana (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

Na verdade, a torcida do Lanús é feita por um público tranquilo, que não briga com o rival. No máximo acontece um xingamento aos rivais, mas nunca agressão. Na verdade eles são corretos com os visitantes e com a gente também. Seguramente será uma festa dos dois lados e espero que possamos dar um bom espetáculo, porque vamos ser assistidos por muitos lugares. É um jogo de um argentino contra um brasileiro e isso não acontece todos os dias - disse o volante Diego González.

De frente para as arquibancadas centrais, fossos separam a torcida do gramado. Esses locais, aliás, apresentam o mínimo de higiene possível. Pelo menos a metade dos quatro metros de profundidade estão tomados por água parada (por conta da chuva) e muita sujeira (copos plásticos, garrafas, bitucas de cigarro e limbo). Uma aparência nojenta capaz de impedir que algum fanático se arrisque a invadir o campo.

Construído em 1929, o estádio tem capacidade de 47 mil torcedores - 45 mil ingressos foram colocados à venda. E o local tem se mostrado um verdadeiro talismã do Lanús na Sul-Americana. Em quatro jogos do time no La Fortaleza, foram três vitórias e um empate. Pura coincidência? Não para quem já enfrentou o clima do estádio.

A missão da Macaca não será das mais fáceis: no jogo de ida, os times ficaram no 1 a 1, no Pacaembu (gols de Goltz, para os argentinos, e Fellipe Bastos, para a equipe brasileira). Um novo empate leva a decisão para a prorrogação. Persistindo a igualdade nos 30 minutos adicionais, a final será nos pênaltis. Quem vencer leva o título.

 

 

Jornal Folha do Rio.