Após fim da série em pódios, Zanetti divide foco com rivais para o Rio 2016.
27/10/2015 11:13
O pódio das argolas foi um lugar bem habitual para Arthur Zanetti neste ciclo olímpico, mas nesta segunda-feira ele ficou fora até da disputa da final do aparelho no Mundial de Glasgow, na Escócia. Pela primeira vez desde que se tornou campeão olímpico, em Londres 2012, o ginasta vai fechar uma competição de argolas sem ouro ou prata - só ficou em segundo lugar por duas vezes. Fora da final da sua especialidade, ele sabe que a série da classificatória do domingo não foi tão boa como de costume, mas por ora não busca justificativas ou desculpas, comemora a inédita vaga da equipe masculina brasileira para as Olimpíadas do Rio e agora foca em ajudar o time na final desta quarta-feira, às 15h25 (de Brasília). Projetando os Jogos de 2016, Zanetti acredita que o resultado na Escócia pode aliviar a carga sobre seus ombros, dividindo os holofotes com os finalistas mundiais.
- Ninguém gosta de perder, mas pelo menos o foco agora vai ficar voltado aos finalistas das argolas, e não só para mim. O importante é que conseguimos essa classificação olímpica por equipes e estamos garantidos para as Olimpíadas em casa - disse Zanetti, ressaltando o feito coletivo.
A ginástica artística é considerada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) uma modalidade potencial para o plano de conquistar 27 medalhas nos Jogos do Rio de Janeiro. Nessa conta entra justamente a prova das argolas de Zanetti. Durante três anos ele correspondeu à expectativa, mesmo nunca se considerando uma certeza de medalha, nem em etapas da Copa do Mundo, Mundiais ou Olimpíadas, uma maneira de lidar - e muito bem - com a pressão e com o favoritismo. Apesar do resultado em Glasgow, o ginasta acredita que não deixará de ser visado nas futuras competições até os Jogos de 2016, mas pelo menos jogará o favoritismo para os oito finalistas do Mundial, incluindo o atual campeão, o chinês Liu Yang.
Junto com a comissão técnica do Brasil, o campeão olímpico vai analisar as séries da classificatória de Glasgow para entender o que os adversários fizeram melhor do que ele. Zanetti tirou a nota de 15,433 (6,8 de dificuldade e 8,633 de execução), a nota mais baixa que já tirou em uma grande competição. Em Londres 2012, tirou 15,616 na classificatória e cresceu para 15,900 para levar o título olímpico, ainda sob um código de pontuação diferente.

Neste ano, o ginasta só tirou nota mais baixa no Troféu Brasil (15,350), quando apresentou uma série simplificada por ter o título nacional como uma certeza. Em maio, ele conseguiu na Copa do Mundo de São Paulo a maior nota de sua vida: 16,050 na classificatória. Em todas as outras competições com a apresentação completa (etapas da Copa do Mundo e no Pan), recebeu sempre notas maiores do que os 15,466 que deram ao americano Donnell Whittenburg, dono da última vaga na final de Glasgow.
- Eu fiz a minha parte. Os árbitros deram aquela nota, foi o que eles acharam, mas não importa. O que importa é objetivo principal para esse Mundial, que era a equipe - disse Zanetti.
O ginasta considerou os árbitros rigorosos em Glasgow, algo que viu como natural para um Mundial. Zanetti não usou isso como desculpa e vai tentar mostrar na final por equipes que tinha condições de brigar pelo pódio na decisão das argolas. O SporTV 2 transmite ao vivo a final por equipes, nesta quarta, às 15h25 (de Brasília) - os assinantes do canal podem assistir também pelo SporTV Play.O GloboEsporte.com acompanha tudo de perto em Glasgow, com Tempo Real da decisão por equipes.
