Após eliminação, Renato decreta: 'É obrigação passar na Copa do Brasil'.

31/03/2014 12:30

 
 
 

Serão dez longos dias sem jogos. Tempo para tentar organizar a casa, superar a eliminação no Campeonato Carioca e preparar o time para uma decisão. Após a derrota por 1 a 0 para o Vasco neste domingo e a queda na semifinal do estadual, Renato Gaúcho tem a missão de fazer o Fluminense avançar na Copa do Brasil. Superar o Horizonte-CE, dia 10 de abril, no Maracanã, é o mínimo aceitável, segundo o próprio treinador.  

– No momento temos que pensar na saída do campeonato estadual. Lógico que vou ter a semana para trabalhar, conversar com o grupo. Mais do que nunca virou obrigação do Fluminense passar de fase na Copa do Brasil. Não é nada fácil, ficou mais difícil, mas virou obrigação. Já era, agora é ainda mais. Vamos trabalhar bastante. Agora, não podemos falar que está tudo errado porque perdemos. Saímos para um rival, num clássico, as duas equipes se empenharam bastante, mas o Vasco foi superior hoje. Vamos continuar o trabalho, mas virou obrigação mesmo passar de fase – frisou. 


Precisamos oxigenar o nosso grupo. A diretoria está atenta e está se mexendo. Agora é com ela. Os nomes estão na mesa, e espero que possa trazer. Temos um jogo pela Copa do Brasil e depois o Brasileiro (estreia dia 19 de abril, contra o Figueirense). É importante reforçar o grupo para começar a competição, principalmente o Brasileiro.

No jogo de ida, em Horizonte, o Fluminense perdeu por 3 a 1 e agora precisa vencer por dois ou mais gols de diferença para passar. Se devolver o placar do Ceará, a decisão irá para os pênaltis. E a queda para o Cruz-Maltino deixa o Tricolor na marca da crise. Sem reforços de peso e com deficiências claras em alguns setores, Renato reconhece que é preciso renovar.    

Tem algo errado, sim. Vamos trabalhar para melhorar"
Renato Gaúcho

Sobre o jogo contra o Vasco, o treinador reconheceu a superioridade do adversário. O Fluminense, que tinha a vantagem do empate, pecou. 

– O jogo, como esperávamos, foi truncado, pegado, de poucas chances dos dois lados, ainda menos do que no primeiro jogo. Não entramos com o pensamento da vantagem. Usaríamos no fim do jogo, com inteligência, mas tomamos o gol, tivemos de abrir a equipe, demos espaço, tentamos buscar. Foi uma bola parada, falha nossa, isso acabou com a vantagem. Foi isso – disse Renato Gaúcho.

O grupo do Fluminense terá folga nesta segunda-feira e voltará ao trabalho na tarde de terça. O jogo contra o Horizonte será no dia 10, no Maracanã, às 21h50m (de Brasília). Data e hora marcadas, e trabalho em xeque.  

Confira a íntegra da entrevista de Renato Gaúcho:

Alterações contra o Vasco

No intervalo tirei o Diguinho, que sentiu a perna, coloquei o Wagner. Depois o Sobis no lugar do Waltinho e depois o Biro Biro. Foram três atacantes, o Vasco marcou bem, não é à toa  que tem a melhor defesa do campeonato. Jogaram bem e não conseguimos passar pela marcação deles ali atrás. 

Reestruturação para o Brasileiro?

Temos conversado bastante com a diretoria, com o doutor Celso. Temos trocado ideias, e todos pensam da mesma forma. Quando tem um grupo vencedor, de um ano para o outro é preciso dar uma mesclada. 

Manutenção de Fred no jogo

Você tem um goleador, titular da Seleção, faz gols, decisivo. E tem o Waltinho ao lado, que também sabe fazer gols. E o Waltinho atuava sozinho no ataque do Goiás, mas aqui, como perdeu peso, e pelo sistema que jogamos, ele está nos ajudando na marcação, principalmente com o cabeça de área adversário. Isso desgasta o jogador. Por isso a saída. Falou que não aguentava mais. Pelo desgaste, para reacostumar o corpo dele. Naquele momento, optei pelo Waltinho e deixei o Fred. 

Peso da ausência de Jean

A qualidade do Jean é muito grande, ajuda bastante, tem velocidade, sai para o jogo. Tanto é que tem feito jogadas bonitas nesse campeonato. Nosso gol contra o Vasco (na partida de ida) foi jogada dele. Claro que ele faz falta. Coloquei o Rafinha, que é mais defensivo, um garoto, estamos lançando. Ficou mais na proteção. Não estivemos tão bem como no último jogo, e o Vasco, infelizmente para nós, conseguiu fazer aquele gol no fim do primeiro tempo. 

Peso do ano de 2013 sobre o time 

Esse foi o discurso no intervalo do jogo. O jogo estava controlado, muito bom, não poderíamos bobear e dar o gol. Infelizmente demos. Tivemos uma falha coletiva. Isso deu tranquilidade maior para a equipe do Vasco. Jogo como esse nenhum jogador gosta de perder. Faz parte do futebol, mesclamos, trocamos. Infelizmente hoje não fomos felizes no clássico. 

Gol do Fred anulado

Não vi o lance. Sem dúvida alguma a história seria totalmente diferente. Infelizmente não saiu, estava impedido. Agora passou. O Vasco fez o gol e conseguiu segurar o placar. 

Eliminação muda o planejamento?

Ninguém gosta de ser eliminado, ainda mais numa semifinal. Por outro lado, um clássico sempre é muito difícil. Seja de um lado ou do outro. Jogo pegado, truncado. Clássico não importa se uma equipe está melhor do que a outra. Houve muito empenho nos dois jogos. Tomamos um gol que não poderíamos ter tomado. Isso levou a vantagem para eles. 

Invasão no vestiário das Laranjeiras no sábado

Não vou me meter nesse episódio, não vi. Qual o problema de entrar no vestiário? Ele conhece todo mundo. Não vejo problema algum. Não foi para tirar satisfação. Entrou porque o time já tinha ido embora, foi lá resolver alguma coisa com alguém. Não foi com jogador ou comissão técnica. Não é problema meu, é problema da diretoria e da segurança do clube. 

Dez dias de trabalho pela frente

Estamos desclassificados, mas não foi por falta de atitude. O grupo lutou, brigou, tentou passar. O que não vai faltar é luta para o próximo jogo da Copa do Brasil. Não adianta achar que está tudo errado. Tem algo errado, sim. Vamos trabalhar para melhorar. Mesmo vencendo uma fase como a de hoje, sempre é preciso melhorar. Alguma coisa tem que ser feita. Vamos sentar, conversar, trocar ideia, ver o que tem de bom e de ruim, procurar corrigir. A próxima partida é decisiva.

 

 

 

 

 

 

 

Jornal Folha do Rio.