Os manifestantes que estão acampados em frente ao edifício de Rodrigo Neves, prefeito de Niterói, na Região metropolitana do Rio, decidiram manter o acampamento no local. O anúncio foi feito depois de conversa de mais de uma hora com o prefeito, que ouviu as reivindicações do grupo na tarde desta segunda-feira (26).
"Quando estávamos na Câmara, o pessoal também ia lá conversar com a gente e não cumpria nada. A gente quer o compromisso por escrito.
Vamos permanecer aqui por tempo indeterminado", disse a jovem.Uma manifestante, que não quis se identificar, disse que eles só desocuparão a porta do prédio quando um compromisso por escrito for assinado por Rodrigo Neves.
Moradores da região, adeptos ao movimento de ocupação, passavam em frente ao acampamento e promoviam um "buzinaço" em apoio. Por volta das 17h40, Rodrigo Neves deixou o local escoltado por seguranças e por simpatizantes do governo que posavam para fotos com o prefeito.
O prefeito conversau com cerca de 10 manifestantes que acampam desde a noite de sábado (24) no local. Os ativistas estavam na ocupação da Câmara dos Vereadores desde o início de agosto e foram retirados pela PM no sábado.
Munidos de uma barraca de camping, garrafas d'água, comida, faixas com diversas reivindicações e tinta para pintar o rosto e as mãos, eles estão ao lado da saída dos carros do prédio e aguardam pela aparição do prefeito para protestar.
Os manifestantes, a maioria menores de 20 anos, conversaram com o prefeito sobre diversas pautas e não receberam apoio integral de lideranças comunitárias que presentes. Os ânimos se exaltaram no momento em que um morador reclamou da ausência do prefeito durante o mandato e o acusou de sumir após as eleições. Esse mesmo morador acusou os lideres comunitários de "puxa-saco", dando início a uma pequena confusão.
"Hoje eu estou prefeito mas os sonhos que eu tinha são da mesma época de quando eu tinha a idade de vocês. Eu só estou há sete meses na prefeitura", disse Rodrigo Neves.
Na ata de reivindicações estão a instalação de uma CPI dos desabrigados do Morro do Bumba, fim da operação Calçada livre, no Largo da Batalha [local onde havia uma feira livre], fim da Operação Urbana Consorciada (OUC) e pela revogação dos contratos dos meios de transporte coletivo.