Antes da Previdência, Temer e aliados discutiram saídas para políticos
17/04/2017 13:10Em meio às delações da Odebrecht, o governo e o Congresso tentam construir saídas no Legislativo para salvar a classe política na eleição de 2018.
A ideia é, após as reforma trabalhista e da previdência, aprovar ainda no primeiro semestre uma reforma política.
O tema foi discutido neste domingo. Antes de começar a reunião da previdência, no Palácio da Alvorada, o presidente Temer, ministros e parlamentares reforçaram a necessidade de se aprovar uma mudança nas regras eleitorais já valendo para o pleito de 2018.
A principal preocupação, segundo o Blog apurou, é com a criação de um fundo para financiar as campanhas no pleito do ano que vem. Mas, para isso, a cúpula do Congresso avalia que só conseguirá justificar a criação de uma reserva com dinheiro público se der uma "resposta" com alguma mudança no sistema eleitoral.
Um dos presentes neste domingo disse ao Blog que a lista fechada – defendida por um grupo de deputados liderados pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia – perdeu força com a divulgação dos vídeos da Odebrecht. Isso porque neste sistema cabe aos dirigentes das siglas a definição da ordem das listas, e boa parte das cúpulas dos partidos foi atingida na delação.
Foi retomado ontem, então, o debate sobre a implantação do chamado "distritão" em 2018, no qual os candidatos mais votados para deputado são eleitos, independente do peso de seus partidos.
A medida seria sugerida como transição para o voto distrital-misto, a ser implantado em 2022, no qual os estados são divididos em distritos nos quais eleitores escolhem metade de seus representantes como numa eleição de prefeito e a outra metade votando em uma lista partidária.
Outro grupo da Câmara, no entanto, ainda insiste na lista fechada. O modelo é criticado porque, com a lista, o eleitor não vota mais no candidato – e sim na lista ordenada pelos partidos.
A ideia de integrantes da cúpula do Congresso é retomar o debate sobre o distritão. Assim, argumentarão aos parlamentares, eles sobreviverão em 2018 e justificariam o fato de terem suas campanhas financiadas por um fundo constitucional gerido pelo Tribunal Superior Eleitoral.