Antes da Fama: lutadores do Ultimate revivem tempos distantes do MMA.

26/10/2015 12:10
Carrossel UFC Antes da Fama Apresentação (Foto: Combate.com)Em outros tempos, lutadores do UFC precisavam se desdobrar para levantar dinheiro (Foto: Combate.com)

Alex Cowboy, Lucas Mineiro, Warlley AlvesJohnny Eduardo não treinam na mesma equipe, tampouco são amigos pessoais. Nasceram em cidades distintas, sob realidades igualmente diferentes. Hoje, são lutadores de MMA, contratados pelo UFC. Em comum, antes da vida na principal organização do esporte, estavam os desafios em "bicos" e profissões que foram fundamentais para manter a esperança de, um dia, se sustentar apenas por intermédio da luta.

De terça à sexta-feira, o Combate.comrelata a experiência do quarteto - cada um em sua antiga área de atuação - mostrando que a fama repentina não se reflete, necessariamente, em uma vida que os fãs costumam imaginar. A batalha foi árdua, os perrengues se multiplicavam à medida que a vontade de ser lutador também crescia.

Peso-leve do UFC e em alta na organização, Alex Cowboy foi o primeiro a aceitar o desafio. Por motivo de segurança, o atleta, que luta no UFC São Paulo, dia 7 de novembro, não pôde exibir seu talento como peão de rodeio. No entanto, não deixou de montar a cavalo e ficar em contato com diversos animais em uma fazenda de Três Rio (RJ), cidade onde nasceu.

- Tenho uma saudade danada de passar o dia na fazenda. Estou no mundo da luta, a minha jornada de andar de cavalo o dia inteiro acabou. A longo prazo eu pretendo ter uma chácara, uma fazenda e comprar bois, cavalos, galinhas. É o meu sonho e vou atrás dele.

Em seguida, foi a vez de Lucas Mineiro. O atleta de Montes Claros (MG) - radicado em São Paulo - visitou uma pizzaria na capital paulista para mostrar que, apesar de enferrujado, ainda conserva habilidades com a bandeja. Ele foi garçom - com direito a carteira assinada - em um restaurante mineiro, onde ficou durante cinco anos servindo - e também aturando - dezenas de clientes.

- Todo garçom tem uma história para contar. Já derrubei refrigerante na mesa, já deixei a bandeja bater na cabeça do cliente. Passei vergonha, mas a gente da um jeito, pede desculpa e vai que vai.

Campeão da terceira temporada do TUF Brasil, Warlley Alves entrou em uma construção e não esmoreceu. Pilotou um minitrator, carregou sacos de cimento nas costas e até encarou e um dos operários. Dia nostálgico sob sol escaldante e muita poeira.

- Era "bico", nunca tive carteira assinada, e olha que eu a tenho desde os 16 anos. Nunca tive emprego fixo. Meu tio trabalhava com obra e precisava de ajudantes. Na época, recebia R$ 50 por dia. 

Por fim, Johnny Eduardo, da Nova União, subiu a bordo de uma van - semelhante àquela que utilizou para fazer "lotada", no começo dos anos 2000. O peso-galo, que é bom contador de histórias, se divertiu ao rememorar todas as aventuras pilotando o veículo.