À PF, Renan Calheiros negou ter dado apoio político a Paulo Roberto Costa.

14/09/2015 09:33
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirma que disponibilizará sigilos ao STF (Foto: Jane de Araújo / Agência Senado)Renan Calheiros (PMDB-AL), durante entrevista no
Senado (Foto: Jane de Araújo / Agência Senado)

O presidente do Senado, Renan Calheiros(PMDB-AL), negou, em depoimento à Polícia Federal, ter dado apoio político ao ex-diretor daPetrobras Paulo Roberto Costa entre 2009 e 2010 para que ele se mantivesse na estatal.

O senador foi ouvido no último dia 31 dentro de um inquérito da Operação Lava Jato disponibilizado nesta quinta-feira (10).

Renan Calheiros é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Em sua delação premiada, Paulo Roberto – acusado de permitir desvios para pagar propina a políticos – afirmou que recebeu apoio político do parlamentar para se manter na diretoria de Abastecimento, em troca de ajuda para o PMDB.

No depoimento à PF, Renan foi questionado por que teria o nome envolvido no escândalo e respondeu que teria sido citado por Paulo Roberto "a pedido de alguém", mas não especificou quem.

 

"O declarante acredita que as declarações do mesmo [Paulo Roberto] possam ter sido realizadas a pedido de alguém. Que, porém, não tem condições de dizer quem poderia ter influenciado Paulo Roberto Costa a fazer tais declarações", diz relato da PF sobre o depoimento do presidente do Senado.

Os policiais também perguntaram a Renan sobre um almoço que fez em sua residência com outros parlamentares do PMDB. Na ocasião, o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), também investigado na Lava Jato, teria levado Paulo Roberto, que tinha interesse em ser nomeado para a Diretoria de Exploração da Petrobras.

Aos policiais, Renan disse que tal pedido era "impraticável", já que a diretoria era de indicação do PT, sendo que Paulo Roberto era apoiado pelo PP. Por isso, "não havia a menor chance de o PMDB prestar apoio político" a ele, disse Renan à PF.

Renan Calheiros também admitiu que conhecia Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras, acusado de também desviar dinheiro de contratos em favor de políticos. O presidente do Senado, porém, negou conhecer Fernando Baiano, que, segundo as investigações, seria responsável por repassar a propina aos parlamentares do PMDB.

O presidente do Senado afirmou que se soubesse que estariam ocorrendo tais "tratativas", "tomaria as providências cabíveis" e que considera "absurdas" afirmações de Paulo Roberto de que teria tratado de desvios da diretoria de Abastecimento.